A crise do Coronavírus está sendo usada como pretexto para várias manifestações de intolerância religiosa e ataques contra as mulheres. Na Índia, após o partido direitista Bharatiya Janata (BJP), admirado por Bolsonaro, declarar que muçulmanos seriam responsáveis pela pandemia do coronavírus no país devido a uma reunião de um grupo de missão muçulmana em Nova Dehli, ocorrda em março, os ataques de intolerância religiosa começaram e chegaram a situações extremas, atingindo as mulheres. No país, mulheres muçulmanas grávidas estão tendo atendimentos negados em hospitais do país, o que já ocasionou a morte de dois bebês, pelo simples fato de serem muçulmanas. O fato, que já é absurdo, ainda fica pior pois uma das mulheres a procurar atendimento além de ter sofrido um aborto por falta de atendimento também não pode saber seu estado de saúde e ainda foi espancada por estar na rua “espalhando o vírus”.
Episódios como esse só mostram como a extrema direita é inimiga da vida das mulheres pobres. Além disso, ao depararmos com esse tipo de situação, vemos todo o discurso conservador religioso em torno do aborto cair por terra, pois alegam serem “pró vida” mas em certas situações além de praticarem a intolerância religiosa, colocam a vida da mãe e do feto em perigo, levando até mesmo ao aborto, ou seja, recusam realizarem o procedimento de forma segura colocando as mulheres em risco na clandestinidade e também provocam o aborto ao recusarem o atendimento de mães e fetos em perigo. O que está acontecendo na Índia é um atentado às mulheres, pois nem mesmo o atendimento básico de saúde está sendo garantido para as mesmas, muito menos os procedimentos que dizem respeito a gravidez e ao aborto.
A melhor maneira de lidar com estes pontos sobre a questão feminina sempre foi claro, as mulheres devem ter garantido pelo Estado o direito à saúde pública e de qualidade, seja para simples consultas ou também realizarem procedimentos como o aborto de forma segura e gratuita, sem distinção alguma sobre suas origens e costumes. As mulheres não podem mais sofrer ataques da extrema direita para com os seus direitos, pois sempre foram alvos de políticas de discriminação e conservadorismo que impedem a sua emancipação e igualdade dentro da sociedade, e isso tem uma explicação, a sociedade burguesa conservadora nunca irá proporcionar esse tipo de cenário para as mulheres. A luta das mulheres trabalhadoras não passa apenas pelo âmbito da conquista de direitos, mas também a luta pela construção de uma sociedade que possa lhes proporcionar isso, que é o Estado proletário. As mulheres além dos seus direitos buscam também a revolução social junto com toda a classe dos trabalhadores, pois somente a queda da sociedade capitalista burguesa e a construção do Estado proletário irá proporcionar condições necessárias para que seus direitos sejam respeitados e garantidos e as mulheres sejam tratadas com igualdade dentro da sociedade.