O coronavírus aterrissou no Brasil, literalmente, e está se alastrando como mais um grave problema que a população mais explorada vai ter que passar a um alto custo, é claro. A doença, que foi considerada uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta semana e chegou pelo Brasil pelas vias áreas dentro dos aviões da classe média, está rapidamente avançando entre os brasileiros, entrando na fase de transmissão comunitária segundo o ministério da saúde. Os boletins dos órgãos estatais, a cada nova divulgação, informam a multiplicação dos casos, estando na previsão dos especialistas que nesta nova fase a transmissão do vírus aumentará drasticamente podendo chegar à casa das centenas de novos casos diariamente.
Em meio ao avanço da crise de saúde pública, acompanhamos as ações desorientadas e sem qualquer planejamento do governo Bolsonaro sobre o impacto da doença nos brasileiros. Na verdade, não dá para falar em ações, por que até agora nada foi feito além de propagação de mentiras pelo clã Bolsonaro, vídeos pela internet tratando de assuntos correlatos, como os atos fascistas convocados por Bolsonaro nesse próximo dia 15/03, a sua viagem aos EUA, seu patrão e ataques a seus adversários políticos no congresso e ao povo. Logicamente, não podemos entender como ação de Estado a recomendação que Bolsonaro e o ministro da saúde fizeram no vídeo publicado na internet, de que os brasileiros tem que se cuidar, se precaver, recomendando a restrição do contato social e aglomerações etc. Apesar das recomendações genéricas serem adotadas por outros países, a população brasileira, principalmente os mais pobres, vai precisar é de atendimento médico e tratamento com equipamentos e medicamentos, mais unidades de saúde, leitos de internação, para enfrentar os casos mais graves de insuficiência respiratória que é um dos principais sintomas.
O ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta anunciou que está pedindo recursos, da ordem de 1 bilhão de reais, para ampliar o horário de atendimento dos postos de saúde, informa ainda que preparam a contratação de 5 mil médicos em vagas que estavam sem suprimento desde o fim do Mais Médicos. A falta de preparação e planejamento para enfrentar uma crise de saúde pública como o coronavírus, demonstra que o governo Bolsonaro não está aí para oferecer nada aos brasileiros, mas sim tirar deles.
Entretanto, precisamos ir mais fundo e mostrar as reais origens do problema. A destruição do Sistema Único de Saúde e da saúde pública em geral não começou com o governo Bolsonaro, ele só está aprofundando drasticamente algo que a burguesia brasileira ataca há muito tempo. É preciso deixar claro que, desde o golpe de 2016, em que a direita golpista retirou da presidência a primeira mulher a o ocupar o cargo, Dilma Rousseff, a destruição sobre a saúde tem sido a verdadeira pauta dos governos para esta área. Os cortes de recursos, demissões de médicos, fim de programas de distribuição de medicamentos, restrições constantes na cobertura e serviços fornecidos pelo SUS, tem ocorrido diariamente.
E é preciso deixar claro que o golpe tem exatamente esse papel, é o plano da burguesia nacional e internacional para o país. Destruir o Estado brasileiro, ou seja, acabar com tudo aquilo que serve ao povo e ameniza as condições de vida da população, deixando o mínimo para que seja usufruído pelos grandes capitalistas somente, deixando o povo completamente desamparado, sem emprego, sem moradia, sem comida e atacado constantemente pela mesma burguesia que está no controle do Estado.
A destruição que tem ocorrido na saúde pública, somente de 2016 para cá, já permitiu o retorno de doenças que estavam inclusive erradicadas, como os surtos de sarampo, poliomielite e rubéola. Além dessas há a constante ameaça de outras tantas doenças que não são resolvidas e continuam assolando a população, como a febre amarela, que se espalhou para além das áreas endêmicas, o H1N1, que continua matando, a dengue, malária, chikungunya.
Com todas essas ameaças à população está praticamente “ao léu”, pois como vemos a briga entre os ministros do Bolsonaro e o congresso, sobre como não investir nada para salvar os brasileiros e dar cada vez mais recursos aos banqueiros, fica claro que a maior ameaça ao povo brasileiro é o próprio governo Bolsonaro e sua política de destruição do país e dos brasileiros.
Assim, não dá para se trancafiar em casa e simplesmente esperar o vírus ir embora, é preciso confrontar diretamente o governo e exigir o seu fim e a palavra de ordem que congrega toda essa insatisfação e canaliza a vontade dos brasileiros é o FORA BOLSONARO!
