A Secretaria da Educação iniciou a discussão com secretarias municipais e também com as escolas e universidades, tanto as públicas como as privadas, ao final do mês de abril, para a volta às aulas com 20% dos alunos. A ideia do secretário da educação, Rossieli Soares, é a de que a volta ocorra em sistema de rodízio de alunos, iniciando pela educação infantil, estudantes de ensino fundamental e médio em seguida. Iniciar a reabertura das aulas a partir de crianças das creches preocupa. Secretários dos municípios, pediram que o governo paulista reveja essa decisão.
Retorno às aulas em três fases.
Ao final do mês de julho, cerca de 20% das crianças voltariam às creches. Alunos do ensino fundamentar e médio voltariam em seguida, e, finalmente, a última fase com alunos de universidades. Autoridades reivindicam autonomia para decidir a volta dos alunos da fase primeira. Uma das ideias é realizar rodízio para que os estudantes possam ir à escola todas as semanas, mais presencialmente, apenas um dia da semana: cinco grupos de alunos, cada um deles com cerca de 20% de alunos por cada grupo. Dessa forma, se evitaria aglomerações maiores. Todos frequentariam as aulas presenciais, nas escolas públicas, nas escolas privadas, e inclusive nos campus semanalmente.
Autonomia, reivindicam, também para decidir se só as creches deverão abrir, ou apenas se outras unidades abrirão e as creches não. Enfim, reivindicam autonomia para realizar as aberturas conforme as características das cidades e o andamento da pandemia.
De qualquer forma, alunos e professores teriam que usar máscara e ficariam separados pela distância de uma carteira escolar. Ideal é exigir, como pré-condição para todos os docentes e funcionários, testes para diagnóstico de coronavírus. Volta-se de novo ao ponto de partida. No Brasil, não há testes para todos.
A gritaria dos municípios foi geral, diante do reinício das aulas pelas creches, disse Márcia Bernardes, presidente da entidade e secretária municipal de Atibaia, representando a Undime-São Paulo (que representa os secretários municipais de Educação do Estado). Como exigir que crianças usem máscaras e pratiquem distanciamento, se somente 20% delas voltam às aulas? Como exigir que, de forma sincronizada, apenas 20% das mães voltem a trabalhar?
De qualquer forma, a entidade recomendou às secretarias que criem comitês com a área da saúde para decidir de forma conjunta o que fazer.
“A única certeza que temos é que (o retorno) às aulas será escalonado”, disse o presidente do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo); e a pré-condição para a volta deve ter o aval da área da saúde. A Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares) prevê que os alunos levem sapato extra para entrar nas salas, troquem de máscara a cada três horas e guardem ao menos um metro de distância um dos outros. Não será fácil.
Ante a gritaria geral, a Secretaria Estadual de Educação afirmou que qualquer decisão sobre o retorno das aulas presenciais será sempre tomada, desde que respaldadas pelo Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, e pela concordância das prefeituras e autoridades de saúde de cada município.
Testes generalizados não existem. Volta às aulas assim é uma temeridade. Significa colocar alunos, pais, funcionários e professores em risco. Ensino à distância é aproveitar-se da pandemia para dar golpe e favorecer os capitalistas da educação e tornar permanente o aniquilamento dos educadores presenciais.