O secretário de Governo do departamento de Cauca na Colômbia, Luis Cornelio Ángulo, confirmou o assassinato de duas pessoas durante a madrugada de domingo (25). As vítimas foram identificadas como Luis Carlos Ipia, agricultor de 51 anos, e seu filho de 15 anos Jonathan Esteban Ipia. Segundo Cornelio Ángulo, “estavam na residência quando homens armados chegaram, entraram, tiraram-nos e depois assassinaram-nos”.
O coordenador do Observatório de Direitos Humanos e Conflitos do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), Leonardo González, também denunciou os fatos por meio de seu Twitter. “Em Corinto, Cauca, homens armados tiraram um pai e seu filho de dentro de casa e os assassinaram em um lugar solitário chamado “a volta do diabo” entre uma nova cidade e um pedregal, Corinto. As vítimas são Luis Carlos Ipia e Jonathan Ipia, de 15 anos.”
Segundo a Rádio Super Popayan foram seis homicídios em Cauca durante o final de semana, além do pai e do filho, também foram assassinados, horas antes em Caloto, no distrito de Palo Alto, um homem que foi encontrado baleado na beira da estrada. Em outro caso no setor de El Trincho, David Medina Ramirez, um venezuelano foi morto com uma arma de fogo. Em Balboa, um ex-combatente das Farc chamado Marciel Macias também foi assassinado e em Santander de Quilichao foi denunciado o homicídio de uma pessoa na noite de domingo.
De acordo com Indepaz, desde o acordo de paz de 2016, mais de 1.000 líderes e defensores dos direitos humanos foram assassinados na Colômbia. O relatório divulgado em agosto, destacou que já eram 275 mortos em 69 massacres ocorridos em 2020, sendo Antioquia, Cauca, Nariño, Norte de Santander e Putumayo os departamentos onde mais ocorreram. O instituto também confirma que 53 ex-combatentes das Farc foram mortos em 2020 no país, 154 durante o governo fascista de Ivan Duque, um total de 236 desde de 2016. Com o aumento da violência neste momento os números já deve ser bem maiores.
A Colômbia, sob a ditadura fascista de Iván Duque, tem se tornado um verdadeiro campo de extermínio, praticado por militares e paramilitares ligados ao governo e latifundiários contra lideranças sociais, indígenas, militantes e ex-militantes de grupos de esquerda e de oposição ao presidente que nada mais é que um capacho dos Estados Unidos. São ações repressivas e orquestradas, de perseguição politica, violência e assassinatos, contra as populações do campo, camponeses e ex-guerrilheiros.
Apesar de que alguns movimentos de trabalhadores, de estudantes, indígenas e populares tem se organizando através de mobilizações e até greves contra o governo criminoso e a situação econômica e de miserabilidade que assola o país, as organizações também exigem o fim do massacre das lideranças e do povo em geral, em setembro deste ano aconteceram várias manifestações radicalizadas no país. É necessário que essas manifestações cresçam nas ruas para combater a extrema direita que toma conta do país.
No entanto é preciso que toda esquerda latino americana denuncie e combata o que está acontecendo na Colômbia que de alguma forma tem se tornado uma espécie de laboratório de extrema direita contra a oposição e a população de todo continente.