Matéria do jornal Brasil 247 informa que nesta quarta feira entra em circulação a nova moeda de 200 reais com a estampa do lobo-guará. Serão impressas 450 milhões de cédulas ainda este ano.
É a sétima cédula da família do real desde sua implantação, e o banco central informa que foi escolhida a estampa do lobo-guará em pesquisa realizada pelo órgão em 2001.
E que a instituição justifica a emissão da nota para agir preventivamente diante do aumento da procura por dinheiro em espécie pela população.
É muito provável que o motivo de fundo seja o de aumento do entesouramento, uma vez que a imprensa golpista recentemente citou que um grupo de maiores bilionários investidores dos EUA, o Tiger-21, mudou a estratégia preferindo o entesouramento às aplicações mais seguras do mercado.
O noticiário recente a respeito da nova cédula e o próprio Banco Central justificam a criação da cédula por conta do aumento da procura por papel moeda, ao invés de utilização dos meios eletrônicos.
Um banco em seu site informa os dados. Em dezembro de 2019 a quantidade de moeda em circulação era de 281 bilhões e a expectativa para dezembro de 2020 ficava em torno de 301 bilhões. Só que já atingimos a marca de 342 bilhões, e acelerando, o que levou à emissão de nova cédula.
Considerando ainda que a inflação acumulada desde a implantação do plano real em 1994, pelo índice do IPCA, está em 521%, passados 26 anos. É como se a nota de 100 reais daquela época valesse 621 reais.
E ainda temos que considerar que sai mais barato produzir uma nota de 200 ao invés de duas de 100 reais.
Nesse quadro o que acontece é que o governo vai colocar no mercado mais 90 bilhões de reais com essa nova nota. Que vão rapidamente parar em alguns cofres de grandes empresas e dos milionários, já que a população não consegue guardar dinheiro, no máximo algumas moedas no cofrinho que não dá nem pra fazer feira. Não conseguem nem se alimentar e pagar as contas, como vai guardar.
A desvalorização do Real é significativa e demonstra o grau de miséria que vem sendo aplicada aos trabalhadores considerando apenas a inflação. Quem ganhava 600 reais em 1994 para continuar com a mesma renda hoje, precisaria ter sido reajustado o salário em pelo menos 521%. Não conhecemos nenhuma categoria que tenha conseguido esses reajustes ao longo desses 26 anos.
Não bastasse a inflação corroer o poder de compra dos trabalhadores, as políticas de governo colaboram para piorar a situação. Com o golpe de estado, destruição de empresas de construção civil, frigoríficos e a Petrobrás, entrega do pré-sal para empresas estrangeiras, perda dos direitos trabalhistas, da aposentadoria, e tantos outros benefícios sociais, o empobrecimento dos trabalhadores está sendo gigantesco.
Este jornal tem noticiado constantemente essa situação negativa para a classe trabalhadora, e vem sempre alertando que para evitar que piore mais ainda, é necessário que a classe trabalhadora se reúna em conselhos populares nas empresas, bairros, escolas, etc. e elabore uma pauta de reivindicações e lute por ela nas ruas, pois a situação não dá sinais de recuar. Pelo contrário, a tendência é pior mais.
Sem mobilização a morte é certa, de vírus, ou de fome e miséria. Só nos cabe a escolha de lutar, já que não temos mais nada a perder, a não ser os grilhões.