Abraham Weintraub, assumiu o cargo dizendo que iria “acalmar os ânimos” e “pacificar” o MEC. Disse isso em abril de 2019, quando foi nomeado para Ministro da Educação. Mas, em vez disso, o que se viu foram diversas polêmicas ocasionando exatamente o oposto do que prometeu: pânico e pavor pelas ideias de defendeu, e consequente acirramento dos ânimos. É dela a acusação de “balbúrdia” nos câmpus das universidades federais, donde a ideia de que há plantações de maconha nas unidades de ensino, além da malfadada solução de problemas com cortes no orçamento e restrição a pesquisas.
Por ter declarado que existem plantações de maconha nas universidades federais do País, foi parar na Câmara dos Deputados para dar satisfação sobre sua afirmação. E é de sua passagem por lá que nos deixou outra pérola: disse ele que o país “vive a maior revolução na área do ensino dos últimos 20 anos. (…) O símbolo máximo disso é que sai o kit gay e entram livros para as crianças lerem com os pais, as crianças que estão fora das creches começarão a chegar no ano que vem, teremos internet a todas as escolas públicas do Brasil”.
Com tantas declarações desencontradas e discussões absurdas, nem o MBL, que é uma incubadora de capachos do neoliberalismo, aguentou Weintraub e pediu o seu impeachment. Alegam eles que: “A presença do ministro Weintraub é incompatível com um governo que, durante a campanha eleitoral, prometeu um ministério de notáveis”, se referindo à campanha à presidência de Bolsonaro.
De fato isso tudo poderia ser cômico se não fosse trágico! Também o que se esperava de um governo, cujo presidente faz apologia aos torturadores, fascistas e ditadores, e defende um programa de governo para o Brasil que repete um governo militar.
Veja que cerca de cem pessoas com origem nas Forças Armadas ocupam postos em ministérios e estatais na gestão do fascista Jair Bolsonaro. Desse total, 46 militares estão em posições estratégicas no organograma, e decidem tudo sobre pastas fundamentais e estratégicas como extração de minérios, modernização de comunicações, construção de estradas, manutenção de hidrelétricas e questões indígenas.
E é exatamente, seguindo uma política de militarização do governo, que Weintraub impulsiona o principal projeto que da pasta que é a militarização das escolas.
Nessa mesma direção é que, também Weintraub, de ideias nazifascista compatível com esse governo, dá continuidade ao “escola sem partido”, onde os professores não podem estimular o senso crítico e, se quiser expressar-se em desacordo a essa política, correm o risco de serem exonerados! Na realidade, a proibição dos debates, a perseguição contra os professores que reclamam pela falta de liberdade para lecionar, somados ao sucateamento do ensino público com o norte voltado para a militarização das escolas, é um caminho seguro para controlar a infância e a juventude.
A única forma de enfrentar uma política como essa é pedindo a derrubada do governo, e não com o impeachment, mas com o Fora Bolsonaro, única política que pode enfrentar uma agenda neoliberal e tirá-la de pauta. Qualquer outra negociata parlamentar é crasso engano.