Embora Trump tenha anunciado a retirada das tropas americanas do território sírio, no último domingo (6), o Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, cutucou os turcos dizendo que as tropas só se retirariam se esses assegurassem a defesa das milícias curdas. A reação da Turquia foi de fazer um acordo imediato com os russos e os iranianos, ambos potências geopolíticas da região, e que formam um bloco contra a presença dos ianques no Oriente Médio.
Nesta quarta-feira (9) ,o Secretário de Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, fez a seguinte declaração “Queremos coordenar este processo em conjunto com a Rússia e o Irã, com quem organizamos o trabalho no âmbito do processo de Astana (a capital do Cazaquistão)”. Sua referência ao Cazaquistão enfastia a recuada dos Estadunidenses na região. Está cada vez mais difícil manter os esforços de guerra e posteriormente a dominação militar noutro continente, ao mesmo tempo de resolver os problemas econômicas e políticos internos para os Estados Unidos. Esse enfraquecimento da política imperialista dos Norte Americanos no Oriente Médio, está abrindo espaço para a política russo iraniana, que está financiando a reestruturação das nações flageladas pela guerra, e restabelecendo os governos nacionalistas locais, trabalhando em conjunto com a burguesia local.
Tendo em vista a forte relação que os americanos tem com as milícias curdas, milícias essas que disputam o território fronteiriço entra a Turquia a Síria, essa união pela a retirada das tropas americanas é ainda mais importante para o governo de Erdogan.
Desde o a tentativa de golpe em 2016, claramente apoiado pelo imperialismo norte-americano, Erdogan está se distanciando cada vez mais do polo EUA Europa, e se aproximando cada vez mais dos seus vizinhos, Putin e Rohani, como forma de enfraquecer o governo que sírio que opõe resistências aos seus interesse na região.
Embora Trump, represente de uma burguesia americana mais atrasada e mais fraca, queira tirar as tropas da síria, o setor mais forte e dominante dessa burguesia – a que leva adiante ferozmente a política imperialista mundo a fora – não quer largar o osso, por isso a Turquia está se articulando para chutá-los de vez, assim estabelecendo a hegemonia territorial e geopolítica de sua burguesia no Oriente Médio.