Desde o fim do mês passado, está havendo no Mar Negro uma série de atividades militares por parte da OTAN e também da Forças Armadas da Rússia. O Mar Negro banha as costas da Ucrânia, da Rússia, da Turquia e outros países da região, e é um ponto estratégico não só pela localização, mas também por conter reservas de gás natural e petróleo.
No dia 30 de junho deste ano, o navio contratorpedeiro dos EUA USS Carney entrou no território do Mar Negro para participar dos exercícios Sea Breeze, que envolvem vários países da OTAN como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Itália, Turquia, Polônia, Bulgária, Grécia, Romênia, Dinamarca, Letônia, Estônia, assim como países aliados: Emirados Árabes Unidos, Suécia, Ucrânia, Moldávia e Geórgia. Os exercícios, que tiveram início no dia 1º de julho na cidade de Odessa, na Ucrânia, serão realizados no mar, em terra, no ar e debaixo da água.
Depois, na sexta-feira (5 de julho), um caça russo Su-27 interceptou um avião de reconhecimento norte-americano Poseidon que se aproximava do espaço aéreo russo na mesma região do Mar Negro, que logo mudou sua direção para longe da fronteira russa.
Em resposta a essas provocações por parte da OTAN, a Rússia iniciou o seu próprio exercício naval na região, que envolve cerca de dez navios, entre eles os navios pesados de desembarque Azov e Caesar Kunikov, os navios ligeiros de mísseis Orekhovo-Zuevo e Mirazh, as corvetas Ivanovets, Naberezhnye Chelny e R-60, com finalização de lançamentos de mísseis e disparos de artilharia.
É importante lembrar que essas tensões militares têm origem na crise de dominação do imperialismo, que vem se
chocando em várias ocasiões com países como a Rússia, a China, o Irã e outros com algum poderio militar. Além de ter financiado diversos golpes de estado pelo mundo, em países como Ucrânia, que é um dos protagonistas nessa crise do Mar Negro; mas também outros como Brasil, Paraguai e Egito. Sem falar nos golpes mal sucedidos, como as insistentes tentativas em derrubar o governo venezuelano e no golpe militar frustrado na Turquia no ano de 2016. O momento é de crise profunda no capitalismo, que parece não ter nenhuma solução à vista.