A moda agora – embora a manobra já seja velha – é fazer um esforça para mostrar que a mobilização de massas que está tomando as ruas não é contra o governo Bolsonaro e portanto não seria contra o golpe e também não seria pela liberdade de Lula. Para não apresentar a política assim, a esquerda pequeno-burguesa apenas diz que são “atos pela educação”. Uma política que procura passar por cima da própria vontade do povo que está nas ruas claramente contra Bolsonaro e contra tudo o que o golpe representa.
Mas é preciso avisar os defensores dessa política dentro do movimento: a ideia de que os atos são “pela educação” não é uma criação da esquerda mas simplesmente a política que a direita, através dos principais jornais burgueses golpistas, quer impor ao movimento. Diante da impossibilidade de esconder os atos, que foram gigantescos, a direita trata de procurar impor uma orientação política para eles.
Pelo menos desde o dia 15 de maio os jornais golpistas vem se esforçando para dizer que as manifestações são simplesmente “contra os cortes”, “pela educação”, mas nunca contra o governo. Nunca contra o golpe, menos ainda pela liberdade de Lula. Surgiu também a ideia de que os partidos políticos não poderiam levar bandeiras.
Essa campanha se intensificou no dia 30. Foi tema de todos os órgãos da imprensa burguesa, que fazia questão de apresentar que seria “oportunismo” de sindicatos e partidos de esquerda levantarem a palavra de ordem “Lula livre”.
A esquerda pequeno burguesa reproduzindo tudo. É chato ter que reconhecer que nós não somos donos do nosso próprio pensamento.
Não precisa ser muito experiente para saber quem se beneficia com a política do “ato só pela educação”. Nada de colocar em risco o regime golpista podre!