Um ex-aluno da UFMG, negro, de 32 anos, entrava nas dependências da universidade, acompanhado de um amigo, quando foi abordado por um segurança, que pediu identificação. O rapaz esclareceu, ainda, que iria se matricular em um curso de extensão.
Mesmo assim, aproximaram-se mais três seguranças, o imobilizaram e desferiram diversos chutes. A cena foi gravada por outros estudantes – um deles teve seu celular jogado no chão pelo vigilante. Para eles, o rapaz era um ladrão que se fazia passar por estudante para roubar alunos.
O estudante prestou queixa na universidade e fez boletim de ocorrência. Como de costume, a Reitoria emitiu uma notinha seca de que “tudo seria apurado.” Enquanto isso, o bolsonarismo vai alimentando as forças repressivas estatais e privadas para oprimir o povo negro.
A universidade é um espaço público, a serviço do povo, e pessoa nenhuma pode ser impedida de acessá-la ou barrada para dar satisfações. E a segurança de uma universidade deve estar subordinada aos interesses da comunidade universitária, organizada e controlada por ela.
Obviamente, não é isso que o regime bolsonarista preconiza. Por isso, nada adiante pedir investigações a uma polícia ainda mais repressiva, ou a uma reitoria ocupada por burocratas coniventes. Os movimentos universitários e negros precisam se organizar e impedir a presença de elementos racistas e fascistas neste espaço. É necessário colocar para fora da universidade os vigilantes em questão, e todo elemento que servir como braço da política bolsonarista no campus universitário.