Na quarta-feira (12), um jovem de 19 anos foi estuprada por dois policiais na Praia Grande, litoral de São Paulo. Em entrevista ao site G1, ela contou que, ao retornar de uma festa na casa de uma amiga, viu a viatura da polícia militar e parou para pedir informações a respeito de onde ficava o ponto de ônibus mais próximo. Os policiais ofereceram uma carona até o Terminal Rodoviário. “Eu aceitei. Nunca esperei que uma pessoa que deveria garantir a minha segurança poderia fazer isso comigo”, afirma.
Durante o trajeto, o policial, que estava sentado ao seu lado na parte de trás da viatura, puxou os seus cabelos e forçou um beijo. “Ele abriu as calças, com a arma na cintura, e forçou a minha cabeça para que eu fizesse sexo oral nele. Depois me jogou no banco e me violentou sexualmente, sem camisinha. Eu falava que não queria e ele continuava. Senti muito medo e fiquei sem reação”.
A jovem ressalta que as pessoas não acreditam em seu relato por se tratar de um policial. Ela afirma que, como se nada tivesse acontecido, foi deixada na rodoviária. Em estado de choque, ela saiu da viatura e esqueceu o celular no banco.
Após o ocorrido, a Polícia Militar foi acionada. “Quando fui na delegacia prestar depoimento, ele ainda teve coragem de olhar para mim, com os braços cruzados, e riu ironicamente”, afirma a jovem. Ela foi encaminhada ao Hospital Municipal São Vicente para a realização de exames. A viatura foi levada para a perícia.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que há uma investigação em andamento na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e na Corregedoria da Polícia Militar, responsável por instaurar o inquérito. “Os policiais envolvidos na ocorrência foram afastados. Laudos periciais foram solicitados. Todas as circunstâncias relativas aos fatos são apuradas”, conclui a nota.
Casos como esses, evidenciam a importância do fim da polícia militar bem como de todo o aparato repressivo. Braço armado do Estado, esta organização criminosa foi criada para defender os interesses da burguesia e exterminar as pessoas negras e pobres. Com a dissolução da PM, é necessária a criação de comitês populares de segurança e autodefesa controlados e eleitos pelo próprio povo que não dependam da burguesia e nem do Estado.