No último dia 27 de Novembro, o governo fascista de Jair Bolsonaro nomeou o fuzileiro naval da reserva Jorge Gerson Baruf para a função de coordenador regional do Alto Solimões da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Tabatinga (AM). Mais um militar das Forças Armadas passa a fazer parte do governo.
Os povos indígenas das etnias Tikuna-Maguta e Kokama, Alto Solimões, localizado no oeste do Estado do Amazonas, manifestaram o completo repúdio à nomeação do militar para a coordenadoria regional da Funai. Lideranças destes povos exigem o imediato cancelamento da portaria de nomeação pelo governo Bolsonaro e afirmam que se não houver o cancelamento da nomeação, ocuparão a sede da Funai em Tabatinga (AM). Se a ocupação da sede da Funai não for eficaz para impelir o governo a atender a reivindicação, passados 7 dias as lideranças indígenas afirmam que interditarão a pista de pouso do Aeroporto Internacional de Tabatinga.
As lideranças indígenas destacam que o fuzileiro naval não tem formação e nem capacidade de lidar com os povos indígenas, uma vez que não se sabe qual seu posicionamento sobre as demandas concretas destes. Além disso, os indígenas denunciam a ocupação cada vez mais frequente de postos da Funai por militares e o enfraquecimento do órgão responsável pela política indigenista no Brasil. Atualmente, a presidência da Funai é ocupada pelo delegado da Polícia Federal Marcelo Augusto Xavier da Silva.
A concepção retrógrada do governo Bolsonaro em relação aos povos indígenas, garantidos na Constituição Federal de 1988, é ressaltada em nota. Desde que tomou posse após a fraude eleitoral que o colocou na Presidência da República, Bolsonaro tem estimulado a invasão de reservas indígenas por madeireiros e garimpeiros e a violência e assassinato de lideranças indígenas é frequente.