No início do ano, a Ford, uma das principais fábricas de automóveis do mundo, anunciou que encerraria suas atividades na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo. O anúncio veio como uma bomba: para os operários, significaria milhares de demissões, para a burguesia, uma constatação de o então recém-empossado governo Bolsonaro não havia conquistado a confiança dos capitalistas para manterem suas atividades no país.
A Ford, no entanto, não foi a única empresa que decidiu fechar suas portas durante o governo Bolsonaro. A General Motors, um dos maiores monopólios do mundo, vem chantageando o governo há meses, ameaçando deixar o país se as condições não forem favoráveis para a empresa – aprovação da reforma da Previdência, aprofundamento da reforma trabalhista etc. Em 15 de abril, a tradicional fábrica de biscoitos Mabel encerrou suas atividades na cidade de Três Lagoas (MG), após 21 anos no local. No dia 14 de maio, a Pirelli fechou a fábrica de Gravataí (RS), onde a empresa estava havia mais de quatro décadas.
Somente no mês de agosto, duas empresas anunciaram mudanças no sul do estado da Bahia. A Nestlé decidiu transferir sua fábrica de Itabuna para a cidade de Feira de Santana. Os trabalhadores terão, com isso, de mudar de cidade, embora tenham contraído dívidas para se estabelecer no local onde trabalhavam. A Pênalti, por sua vez, anunciou que demitirá 100 funcionários de sua unidade em Itabuna.
A destruição da economia provocada pelo governo dos golpistas Michel Temer e Jair Bolsonaro está levando a uma falência geral no país. Mesmo esfolando os trabalhadores a mando do imperialismo, a burguesia não conseguiu estabilizar a economia, tornando o país hostil aos interesses dos capitalistas, que, na atual etapa do capitalismo, precisam maximizar seus lucros para não serem rapidamente dizimados pela crise.
O fechamento das fábricas, por sua vez, só agrava a situação do Brasil. O desenvolvimento nacional fica ainda mais comprometido e o desemprego se alastra. Por isso é necessário ter um programa de reivindicações para a classe operária que mobilize todos os setores atingidos pelo golpe para obrigar os capitalistas a arcarem com o ônus da crise que eles mesmos criaram. Pela redução da jornada de trabalho! Fora Bolsonaro e todos os golpistas!