O co-fundador do WikiLeaks Julian Assange está preso desde o dia 11 de abril. A sentença recebida pela justiça inglesa o condenou a 50 semanas de prisão. Dessa maneira, o prazo para libertação era 22 de setembro. Acredita-se que Assange não foi liberado até o momento para que a justiça inglesa “ganhar tempo” e conseguir a sua extradição para os Estados Unidos. A próxima audiência está marcada para o dia 21 de outubro.
Em 2010, na Suécia, Assange foi acusado de cometer abuso sexual e estupro e teve sua prisão decretada pela Interpol. Ele se entregou, negou as acusações e denunciou que estes crimes foram inventados na Suécia com o intuito de mandá-lo para os Estados Unidos. Quando o seu último pedido de extradição para a Suécia foi negado, fugiu de sua prisão domiciliar. Por causa de um mandato de prisão internacional, ele pediu asilo político para a embaixada do Equador, em Londres, que foi concedido pelo então presidente equatoriano Rafael Correa. Ficou na embaixada de 2012 até o dia 11 de abril deste ano quando Lenin Moreno, atual presidente do Equador, revogou o asilo político e autorizou a prisão de Assange dentro da embaixada.
O pedido de extradição para os Estados Unidos acontece porque, em 2010, Assange ficou mundialmente conhecido por divulgar através da plataforma Wiki Leaks, um material secreto do exército dos Estados Unidos. Nestes documentos haviam provas de abusos cometidos pelas tropas estadunidenses nas invasões do Iraque e do Afeganistão. Ao todo, são 250 mil comunicações diplomáticas e 500 mil documentos confidenciais sobre o Afeganistão e o Iraque. Vários destes documentos confidenciais revelaram uma parte dos objetivos dos Estados Unidos nas guerras e os seus interesses pela política na América Latina. Desde então, os Estados Unidos tenta extraditar Assange para o país.
De acordo com Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, “A suposta pressão política internacional sobre a Grã-Bretanha e da Suécia pouco irá adiantar em relação ao caso de Assange, afinal de contas, não é segredo que o verdadeiro interessado na prisão de Assange é o governo dos Estados Unidos e não a Suécia ou Inglaterra, que agem como verdadeiros serviçais dos interesses norte-americanos. É preciso exigir a liberdade de Julian Assange um perseguido político que de maneira grotesca procuraram disfarçar essa perseguição com uma acusação falsa de ‘crime sexual’”.
Além das falsas acusações de crimes sexuais, os Estados Unidos acusaram Assange de cometer um crime cibernético. Contudo, posteriormente, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos aumentou as acusações. Por isso, Assange pode enfrentar até 175 anos de prisão.