No dia 2 de setembro de 2018, um incêndio de grandes proporções destruiu o Museu Nacional no Rio de Janeiro, quase a totalidade do acervo histórico e científico, com vinte milhões de itens catalogados ao longo de duzentos anos. A causa do incêndio foi a falta de manutenção da rede elétrica. Michel Temer lançado à presidência da República após urdir um golpe em Dilma, Presidenta eleita democraticamente nas urnas, limitou-se a transformar o Instituto Brasileiro de Museus em Agência Brasileira de Museus, através de uma medida provisória.
O Museu Nacional sob a responsabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro foi o primeiro grande episódio que evidenciava a destruição do ensino e da cultura no governo Temer e que abriria um período de intenso ataque à democracia, com a destruição da memória e história do povo e o avanço do fascismo.
O governo Temer preparava o terreno para o que viria.
O Museu Nacional que até o incêndio figurava como um dos maiores museus de história natural e antropologia das Américas, localiza-se na Quinta da Boa Vista, no Palácio de São Cristóvão, que serviu de residência à família real portuguesa de 1808 a 1821, abrigou a família imperial brasileira de 1822 a 1889 e sediou a primeira Assembléia Constituinte Republicana de 1889 a 1891, antes de seu uso como museu em 1892.
Em 1938, foi tombado pelo patrimônio histórico e artístico nacional, IPHAN, quando a décima quarta eleição presidencial e décima segunda eleição direta deixou de ser realizada em razão do golpe de Getúlio Vargas que instaurou o Estado Novo.
Voltemos a Temer, o golpista.
Em seu governo, foram preparadas as condições necessárias para que o fascismo prosperassem no Brasil. Medidas na área econômica como o controle de gastos públicos, PEC 55, impondo limites a gastos futuros do governo federal, reforma trabalhista de 2017 que rasgou a carteira de trabalho dos trabalhadores e retirou direitos conquistados em décadas anteriores e liberação da terceirização para atividade-fim, com a Lei das terceirizações, a direita conservadora avançou e condenou o país a um retrocesso sem precedência no Estado Brasileiro.
A fraude eleitoral de 2018 que elegeu Bolsonaro retirando Lula das urnas e colocando-o na prisão sem crime e sem julgamento justo, nada mais era que a comprovação das intenções da direita que elegeria um presidente que satisfizesse os interesses dos conservadores e saudosos da monarquia, com a destruição da história, da memória, da cultura e a serviço do imperialismo.
Num amplo e espúrio acordo entre golpistas, monarquistas, fascistas, militares e polícias corruptas, judiciário, políticos carreiristas e ladrões, o Museu Nacional torna-se alvo do interesse da direita que queimando sua memória, tenta transformar o Museu Nacional em “Palácio Imperial” numa panfletagem barata à superada monarquia dando continuidade ao ataque à cultura, uma prática fascista de dominação política que visa escravizar o povo roubando-lhe não apenas o sustento, mas sua própria história.
A saída do esgoto de uma espécie de político reacionário que quer retroceder a um estado político anterior da sociedade, foi favorecida por uma política golpista praticada por Temer, que hoje como recompensa de sua contribuição para a restauração de um “status quo” do passado, tem garantido um cargo no governo e a impunidade pelos crimes cometidos antes, durante e depois de sua fatídica passagem pela presidência do pais num vergonhoso golpe contra a democracia.