Seleção Brasileira

Campanha por Ancelotti mostra ataque ao futebol brasileiro

Mesmo sob ataque, a força do futebol brasileiro é maior que a farsa imperialista da necessidade do técnico estrangeiro

Já não é de hoje que a imprensa esportiva nacional, defensora dos interesses imperialistas, leva adiante a campanha pela contratação de um treinador estrangeiro para a seleção brasileira.

Como se não bastasse a campanha contra os jogadores brasileiros, há algum tempo intensificou-se também o ataque aos nossos treinadores. Segundo essa imprensa lesa-pátria, eles não estariam à altura de comandar a equipe que representa o País em competições internacionais — especialmente na Copa do Mundo, que já se aproxima. O clima é de pânico: muitos comentaristas chegam a afirmar que, mesmo com a vinda de um técnico estrangeiro, a seleção não teria salvação.

O mais recente capítulo dessa novela envolve as negociações com o italiano Carlo Ancelotti, tido como o nome estrangeiro de maior prestígio entre os cotados para o cargo, por estar à frente do Real Madrid, atual campeão da Liga dos Campeões da Europa. A expectativa era que ele substituísse Dorival Júnior no comando da seleção brasileira. No entanto, o acordo não foi fechado na última reunião entre o treinador e o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

O motivo alegado para o impasse foi a resistência do Real Madrid em liberar Ancelotti antes da disputa do Super Mundial de Clubes, marcada para junho. Isso impediria sua presença nos próximos jogos da seleção contra Equador e Paraguai, pelas Eliminatórias — situação que desagradou o presidente da CBF. Além disso, há uma cláusula de rescisão de 10 milhões de euros para sua contratação.

Essa não é a primeira vez que Ancelotti é cotado. Em 2023, ele também esteve próximo de assumir a seleção, mas optou por renovar com o clube espanhol. Agora, especula-se que a situação poderia ser diferente, já que o Real Madrid supostamente pretende demiti-lo, por entender que seu ciclo está encerrado.

A imprensa burguesa se divide sobre os possíveis substitutos do italiano. Entre os nomes mais citados estão Jorge Jesus e Abel Ferreira — ambos estrangeiros, com experiência no futebol brasileiro. Jesus teve passagem vitoriosa pelo Flamengo, e Abel comanda até hoje o Palmeiras, ainda em boa fase. São defendidos por figuras como Walter Casagrande, notório crítico do futebol brasileiro.

O argumento é que, por conhecerem o futebol nacional, esses estrangeiros teriam facilidade de adaptação à seleção. No entanto, o que não entra na pauta dessa imprensa antinacional é que quem mais facilmente se adaptaria a uma equipe de jogadores brasileiros seria, naturalmente, um técnico brasileiro.

Não se questiona de forma adequada o motivo real pelo qual Dorival Júnior não obteve sucesso no comando da seleção. Antes de assumir o cargo, ele levou o São Paulo — um time sem grandes craques e em má fase — ao título inédito da Copa do Brasil, superando justamente o Palmeiras de Abel Ferreira e o Flamengo, que, embora já sem Jorge Jesus, mantinha a base campeã.

A razão do insucesso de Dorival na seleção não está em sua competência, mas sim na política da própria CBF, que, assim como a imprensa capitalista, atua contra os interesses do povo brasileiro. A entidade sabota o próprio trabalho da comissão técnica, priorizando os interesses do mercado — empresários, patrocinadores, dirigentes — em detrimento do que realmente importa: o futebol brasileiro e sua torcida.

Para esses setores, é necessário que o sucesso da seleção venha apenas com um técnico estrangeiro. Assim, o futebol nacional pode continuar sendo desvalorizado e submetido ao domínio imperialista.

Apesar disso, o futebol brasileiro ainda resiste. O legado de Pelé, o maior ídolo da história do esporte, segue vivo. E mesmo com todos os ataques e pressões, a contratação de um técnico estrangeiro ainda não foi consumada.

A insistência da CBF e da imprensa capitalista em impor um nome de fora só evidencia o desprezo pelas raízes e conquistas do futebol brasileiro. Mas, para a infelicidade do imperialismo e seus lacaios, a nossa camisa ainda pesa. E o povo segue torcendo — não por um técnico estrangeiro, mas pela reafirmação do valor do futebol nacional.

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