Economia

Governo isenta importação de 9 alimentos da cesta básica

Medida busca conter inflação

Cesto de alimentos

O governo Lula anunciou que irá reduzir drasticamente as tarifas de importação sobre alimentos, em uma tentativa de conter a alta acelerada dos preços. Serão eliminadas as tarifas de nove itens “essenciais”, como forma de impedir o aumento dos preços de produtos consumidos pela população pobre.

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também é ministro da Indústria e Comércio, afirmou que as mudanças entrarão em vigor nos próximos dias. “O governo está abrindo mão de impostos em favor da redução de preços”, declarou.

As tarifas serão reduzidas a zero para:

  • Carne (atualmente com imposto de 10,8%);
  • Café (9%);
  • Açúcar (14%);
  • Milho (7,2%);
  • Óleo de girassol (9%);
  • Azeite de oliva (9%);
  • Sardinhas (32%);
  • Biscoitos (16,2%);
  • Massas (14,4%).

Além disso, a cota de importação de óleo de palma mais que dobrará.

A imprensa burguesa se mostrou cética quanto ao impacto da medida, já que o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores mundiais de produtos agrícolas, como café, carne bovina e açúcar. De acordo com levantamento do Poder360, os produtos isentados corresponde a apenas 1% dos alimentos que são importados pelo Brasil.

“Na maioria dos casos, esses produtos já são produzidos e fornecidos nacionalmente, com poucas exceções, como azeite de oliva e óleo de palma”, disse Felipe Camargo, economista da Oxford Economics, em declaração para a Financial Times. “É uma manobra política para convencer o eleitorado de que o governo está tentando conter o aumento dos preços dos alimentos.”

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), entidade que reúne setores poderosos do latifúndio, classificou a decisão como “ineficaz” e “superficial”, acusando o governo de penalizar os produtores brasileiros em vez de adotar medidas estruturais. A oposição dos latifundiários à medida é natural, uma vez que ela deverá aumentar a importação e, assim, a concorrência com a produção nacional.

No último período, surgiram várias denúncias de que os latifundiários estariam queimando alimentos propositalmente para aumentar a inflação e, assim, desgastar o governo.

Outra medida anunciada por Alckmin é a isenção dos impostos federais que incidem sobre a cesta básica. Essa medida, no entanto, precisará ser negociada junto aos governadores. “O apelo é para que os estados zerem o ICMS”, disse o ministro.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, também anunciou uma política de estímulo à produção de alimentos da cesta básica no Plano Safra. Ele explicou que a ideia é ampliar os subsídios à contratação de empréstimos com juros mais baratos para produtos da cesta básica da agricultura familiar para os médios produtores.

Apesar das críticas feitas pelos adversários do governo, a decisão de isentar os impostos de importação é positiva. Mostra uma iniciativa do governo federal em minimizar o impacto econômico sobre a população pobre, que é a sua base eleitoral. Apesar da propaganda do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e do suposto baixo desemprego, pesquisas indicam que a popularidade está despencando. Em fevereiro, a inflação anual foi estimada em 4,96%, acima do teto da meta oficial de 4,5%. Os preços de alimentos e bebidas aumentaram cerca de 7,12% no ano até fevereiro.

A política anunciada por Lula vai na contramão do que vinha sendo implementado por sua equipe econômica, chefiada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. No último período, o governo anunciou uma série de cortes sociais e aumento de impostos.

Em evento em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Campo do Meio (MG), Lula declarou que poderá tomar novas medidas:

“O preço do café está muito caro para o consumidor, o preço do ovo está muito caro, o preço do milho está caro. E nós estamos tentando encontrar uma solução. A gente não quer brigar com ninguém, a gente quer encontrar uma solução pacífica. Mas, se a gente não encontrar, a gente vai ter que tomar atitude mais drástica, porque o que interessa é levar a comida barata para a mesa do povo brasileiro.”

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.