Economia

Pobres não podem comer!

Preços nas alturas e salários arrochados impedem o acesso dos menos favorecidos aos alimentos básicos

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou, no último dia 10, os dados referentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, que foi calculado em 4,83%. O estudo é realizado sobre a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, utilizados para o consumo pessoal das famílias, tais como alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transportes, saúde e cuidados pessoais, educação e comunicação.

O destaque negativo da pesquisa ficou para a inflação dos alimentos, onde diversos produtos apresentaram altas expressivas.

Itens básicos

O café, um produto tradicional dos brasileiros, teve um assustador aumento de 39,6% durante o último ano. O leite teve alta de 18,83%.

O mesmo ocorreu com a proteína animal. A carne de frango subiu 10,34%. A carne bovina, onde há uma variedade de cortes, como capa-de-filé, músculo, contra-filé e peito, estes subiram em média 20%; alcatra e costela, em média 22%; lagarto, 23%; patinho, 24% e o acém, alta de 25%. Outros itens de menor consumo também tiveram aumentos exagerados, como a laranja-pêra em 48% e a laranja-lima em 91%.

Inacessível aos pobres

Em nosso país, cerca de 20,7 milhões de famílias – mais de 54 milhões de pessoas – dependem de R$600 mensais do programa do governo Bolsa-Família para conseguir sobreviver. Esse irrisório valor está longe de atender às necessidades básicas de uma família e, nem mesmo é suficiente para a aquisição desses produtos básicos como carne, leite e café de forma regular. Essa situação mostra que existe um enorme contingente composto por crianças, jovens e idosos que não conseguem nem mesmo se alimentar adequadamente.

Mais de 70% da classe trabalhadora ganha até o equivalente a três salários mínimos, cerca de R$4.500. Segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Sócio-Econômicas) o salário mínimo necessário para atender às necessidades de uma família trabalhadora era de R$7.067,68, em dezembro passado.
Enquanto os principais alimentos aumentaram mais de 20% no último ano, o salário-mínimo foi reajustado em apenas 7,5%, sendo que para os aposentados um índice ainda menor, de apenas 4,77%. Esses reajustes serão recebidos apenas no futuro, sendo que a alta no preço dos alimentos já vigora desde o ano passado.
Por todos os lados, vivemos uma política de expropriação do povo trabalhador em favor dos bancos e dos grandes monopólios, contra o que é preciso levantar uma ampla mobilização dos trabalhadores e de suas organizações.

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