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Reino Unido

Mais de 2,3 milhões de britânicos pedem o fim do governo Starmer

Britânicos pedem novas eleições menos de cinco meses após início do governo trabalhista que consolida como uma força política reacionária e a serviço do imperialismo

Lançado em 31 de outubro com a meta de arrecadar 100 mil assinaturas até maio de 2025, o abaixo-assinado criado por Michael Westwood superou todas as expectativas. Em menos de 24 horas, a petição atingiu a marca planejada, demonstrando a insatisfação popular com o governo trabalhista de Keir Starmer. Até o dia 25 de novembro, o número de signatários ultrapassava os 2,3 milhões, um número que o próprio Westwood, dono do autodenominado “bar mais barato do Reino Unido”, classificou como inacreditável: “Nem nos meus sonhos mais insanos eu esperava isso”, disse ao jornal Daily Mail. O texto da petição é direto e reflete o sentimento generalizado de traição: “Gostaria que houvesse outra eleição geral. O atual governo trabalhista voltou atrás nas promessas que fizeram antes da última eleição.”

A velocidade com que a petição se espalhou é um reflexo da insatisfação acumulada em poucos meses de gestão. Desde que assumiu o poder em julho de 2024, o governo Starmer se revelou um governo furiosamente neoliberal e repressivo.. Entre os cortes anunciados no orçamento de outubro, destaca-se a eliminação do subsídio de inverno de 300 euros para milhões de aposentados, uma medida que, segundo projeções internas, pode empurrar mais de 100 mil idosos para a pobreza. O mapa abaixo mostra como o repúdio ao governo Starmer em todo o país:

A indignação é amplificada pelo aumento das contribuições patronais para o seguro nacional, que gerou alerta de grandes empresas sobre o impacto direto na inflação e no aumento do desemprego. A Confederação da Indústria Britânica classificou o pacote de medidas como um “golpe fatal” para setores produtivos já fragilizados.

As críticas ao orçamento não se limitam à cidade. Agricultores em áreas rurais denunciam a introdução de alíquota de 20% no imposto de herança sobre propriedades agrícolas, o que ameaça a viabilidade de pequenos negócios familiares.

Esse imposto, argumentam, forçará muitas famílias a venderem terras para quitar suas dívidas, desestabilizando ainda mais a economia rural. Combinadas, essas decisões pintam um quadro de um giverno que parece desconectada das necessidades básicas de sua população, enquanto prioriza uma agenda de austeridade que favorece o grande capital.

Keir Starmer, que chegou ao poder com uma vitória histórica, enfrenta uma queda vertiginosa em sua popularidade. Após começar o mandato com uma taxa de aprovação líquida de +11, ele viu sua popularidade despencar para -38 em menos de quatro meses, de acordo com uma pesquisa do instituto More in Common. Paralelamente, o Partido Trabalhista sofreu derrotas humilhantes em eleições suplementares, como em Chipping Norton, onde perdeu para os Liberal Democratas, e enfrenta uma queda contínua em intenções de voto. Pesquisas recentes apontam que os Trabalhistas já estão três pontos atrás dos Conservadores, enquanto o Reform UK, um partido de extrema-direita, se aproxima perigosamente na preferência do eleitorado.

Esse cenário de deterioração política também se reflete na postura externa de Starmer, que reforçou o alinhamento com o imperialismo, com desdobramentos trágicos tanto na esfera internacional quanto doméstica. Um dos pilares de sua política externa é o apoio incondicional à ditadura sionista, ignorando os apelos internacionais por um cessar-fogo imediato no genocídio do povo palestino. A cumplicidade do governo com os crimes sofridos pelo povo palestino consolidam a percepção de que o Partido Trabalhista abandonou qualquer pretensão de representar valores progressistas.

Além disso, a tentativa de asfixiar a economia russa por meio de sanções econômicas desastrosas trouxe consequências graves para o Reino Unido. A decisão de reforçar as medidas contra Moscou, em aliança com os Estados Unidos e a União Europeia, resultou em um efeito bumerangue.

A crise energética, já agravada pelo desinvestimento em infraestrutura doméstica, foi intensificada, levando à alta nos preços do gás e da eletricidade. As famílias britânicas, especialmente as de baixa renda, agora enfrentam contas cada vez mais impagáveis, enquanto o custo de vida continua a disparar.

A falência total do governo Starmer é um exemplo claro de como a submissão ao imperialismo desestabiliza a política interna e externa. No plano doméstico, as medidas de austeridade atiram um crescente número de trabalhadores britânicos à miséria, enquanto preserva os interesses do imperialismo inglês e norte-americano, os únicos interessados em destruir o gigante eslavo.

O apoio incondicional ao genocídio na Palestina também consolida o Partido Trabalhista como uma força política reacionária, a serviço do imperialismo, consolidando sua posição como um cúmplice ativo dos crimes do imperialismo.

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