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Análise Política da Semana

Rui Pimenta: nos BRICS, governo agiu como mensageiro dos EUA

Veja como foi a Análise Política da Semana deste sábado, com Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO)

Na última edição do programa Análise Política da Semana, transmitido pela Causa Operária TV (COTV) e apresentado por Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), o dirigente fez uma análise sobre o cenário político brasileiro, denunciando duramente a política cada vez mais direitista do governo Lula, do PT e do que chamou de “traição” de uma parcela da esquerda.

Pimenta iniciou o programa denunciando a perseguição sofrida por Lucas Passos. Conforme denúncia feita por este Diário, Passos foi preso ilegalmente após operação da Polícia Federal (PF) em coordenação com a CIA e o Mossad. No programa, o presidente do PCO fez uma análise detalhada do processo de Lucas Passos, mostrando como não existe nada nas acusações contra ele que justifique sua condenação e sua prisão.

Rui Pimenta continuou o programa expondo a situação em São Paulo, a cidade mais rica do País, que ficou uma semana sem luz devido à privatização do setor elétrico. “O país está caindo aos pedaços”, afirmou, destacando como o Brasil mergulha em um caos generalizado, sem reação das instituições. Ele criticou as comemorações de vitórias falsas por parte do governo Lula, como a suposta queda da inflação, enquanto o povo sente apenas os efeitos da miséria. “Que queda da inflação é essa? Se caiu, eu não vi”, ironizou.

Na análise de Pimenta, a política externa de Lula se alinha diretamente ao imperialismo. Ele criticou duramente a decisão do Brasil de não reconhecer o governo legítimo de Nicolás Maduro e de vetar a entrada da Venezuela nos BRICS. “Lula decidiu que não vai reconhecer o governo da Venezuela. Ele reconhece todos os governos do mundo, menos o da Venezuela”, disparou Rui, denunciando que essa política, longe de ser democrática, é uma submissão direta aos interesses do imperialismo norte-americano. “O veto à Venezuela é uma política pró-imperialista”, cravou.

Para Rui, a justificativa oficial de que as eleições de Maduro seriam “fraudadas” é uma desculpa, já que o Brasil mantém relações com ditaduras declaradas, como a da Arábia Saudita e do Egito. A verdadeira razão para o isolamento da Venezuela, segundo ele, é a pressão dos Estados Unidos para enfraquecer o país vizinho e impor um governo fantoche:

“O Brasil usou a sua importância política nos BRICS para estabelecer um veto. Os outros aceitaram a contra gosto. É uma política totalmente pró-imperialista. É uma subserviência ao imperialismo. Nesse caso específico, o governo brasileiro agiu como moleque de recados de Washington. Isso tem que ser dito com todas as letras”, afirmou.

Em uma denúncia ainda mais contundente, Rui destacou a proposta do governo Lula de criar uma Polícia Militar Federal como mais uma capitulação diante da pressão da direita. Segundo ele, a justificativa de combate ao crime é um pretexto para intensificar a repressão contra a população, ampliando o poder das forças de repressão e abrindo caminho para uma “PM do imperialismo”.

Rui também criticou a política daqueles que defendem a submissão ao imperialismo dentro da esquerda brasileira. Ele citou o jornalista Alex Solnik, que atacou Maduro e defendeu a política do governo Lula. Para Pimenta, essa linha de pensamento, que ele chama de “linha bolsonarista na esquerda”, é uma capitulação direta diante dos interesses do imperialismo.

“Uma coisa que eu não entendo é o seguinte: qual a política diante do governo Lula? Tem que sentar lá, aí o Lula tira da cachola uma política maluca e nós temos que aplaudir porque é o Lula? A política não tem que ter coerência nenhuma, não precisa ser progressista, pode ser ultra reacionária, e aí todo mundo teria que aplaudir? Então o Lula já não é mais um dirigente político, ele é o Sumo Sacerdote. Não. Nós não vamos fazer isso de maneira nenhuma”, disse.

Segundo o dirigente do PCO, o Bolsa Família, uma das bases eleitorais do PT, já apresenta sinais de esgotamento, e o governo deveria lançar programas sociais robustos que realmente atendam ao povo. “O governo está cada vez mais distante do povo e de sua base histórica”, alertou Rui. Ele destaca que essa política só beneficiará a direita e que o governo deveria agir para mudar a direção do País antes que seja tarde demais.

Chegando ao final do programa, Rui Costa Pimenta alertou que a política do PT, de submissão à política do imperialismo, está enfraquecendo a esquerda e fortalecendo o bolsonarismo. Ele apontou a eleição em São Paulo como exemplo: mesmo com o apoio do PT e um orçamento milionário, Boulos não conseguiu mobilizar uma base popular engajada. Para Rui, a explicação é simples: a esquerda perdeu a confiança e a identificação com o povo, enquanto a direita e o bolsonarismo continuam crescendo.

Rui encerrou com um aviso àqueles que se recusam a criticar o governo Lula e defendem submissão a qualquer política que ele imponha:

“Nós não podemos aceitar que o pessoal venha aqui e fale ‘não pode criticar o governo Lula’. Não tem cabimento. Pelo contrário, quando o governo está totalmente fora do rumo progressista, como está acontecendo com o governo Lula, o dever de todo mundo é criticar. Nós não vamos ser cúmplices de um ataque à Venezuela que favorece o imperialismo. Pelo contrário, nós vamos denunciar isso. Quem fala que as pessoas que fazem criticas são quinta-coluna, são eles a quinta-coluna. Porque eles não defendem política nenhuma de interesse social, democrático, socialista, nada. É puro interesse.

[…]

Uma coisa que a gente tem que destacar é o seguinte: quem está muito contente com a política econômica do governo são os bancos. Presidente do Bradesco deu uma entrevista apoiando essa política. Não apoia o governo Lula exatamente, mas apoia toda essa política que o Lula está levando. E como a gente também já cantou a bola, ele fala que a chegada do Galípolo no Banco Central não vai mudar nada. Segundo ele, o governo vai fazer o corte de gastos. Os bancos vão ficar muito contentes, os especuladores, os privatizadores que têm ações das empresas brasileiras vão ficar contentes. Agora, precisa ver se o povo vai ficar feliz, a maleta de truques de mágico se esgotou completamente.”

Assista, abaixo, à Análise Política desta semana na íntegra:

Genocidas são melhores para a democracia? - Análise Política da Semana, com Rui C. Pimenta - 2/11/24

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