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Política internacional

CIA: ‘ditaduras’, Rússia e China precisam ser combatidas

Publicação do NED mostra preparação do imperialismo para guerra contra países oprimidos

A recente edição do Journal of Democracy, publicação financiada pelo National Endowment for Democracy (NED), que por sua vez é uma fachada da CIA, traz uma série de artigos que demonstram claramente o papel da propaganda acadêmica e jornalística na preparação de uma nova ofensiva imperialista contra países considerados “rebeldes”, como China e Rússia. Essa revista, amplamente citada em veículos da grande mídia, como o New York Times e o Wall Street Journal, assume o papel de disseminar teorias e análises que servem aos interesses da política de guerra dos EUA.

A propaganda de guerra disfarçada de análise acadêmica

O artigo China’s Age of Counterreform, de Carl Minzner, exemplifica bem essa estratégia. Sob o pretexto de analisar a centralização do poder em torno de Xi Jinping, Minzner  apresenta a China como um perigo à democracia global, justificando a necessidade de maior vigilância e, em última instância, ações mais drásticas por parte do imperialismo. O que não é dito é que essa propaganda é conveniente para preparar a opinião pública internacional para uma escalada de conflitos com a China, que vem se consolidando como uma potência que desafia a hegemonia norte-americana.

Da mesma forma, no texto The Power of Liberal Nationalism, M. Steven Fish defende o nacionalismo liberal como uma alternativa ao populismo autoritário, mas suas críticas estão, na prática, voltadas contra qualquer movimento nacionalista que não esteja alinhado aos interesses dos EUA. Sob o pretexto de uma defesa das “liberdades democráticas”, o artigo esconde que o verdadeiro objetivo é enfraquecer qualquer forma de resistência nacionalista que não esteja sob a tutela imperialista, especialmente na Rússia e na China.

O papel da violência política

Outro ponto crucial da propaganda do Journal of Democracy é a preocupação com a “violência política”. Em How to Prevent Political Violence, de Rachel Kleinfeld e Nicole Bibbins Sedaca, a discussão gira em torno de como prevenir conflitos em democracias frágeis. O que não é mencionado é que a violência política nos países visados pelo imperialismo, como na Ucrânia ou no Oriente Médio, quase sempre é fomentada ou agravada por intervenções militares, ou ações de desestabilização, conduzidas pelo próprio imperialismo, em apoio a golpes de Estado, a exemplo do que ocorreu em Honduras, Geórgia e outras nações.

O futuro da democracia multirracial ou o futuro das intervenções?

A seção sobre o “futuro da democracia multirracial” trata da crescente diversidade nos regimes imperialistas. Entretanto, a propaganda sobre a “democracia multirracial” esconde as profundas contradições internas dessas “democracias” imperialistas. Ao focar na diversidade, o imperialismo tenta projetar uma imagem de progresso e modernidade, enquanto intervém violentamente contra países que não se enquadram nesse modelo, como China e Rússia.

A crítica à liberdade de expressão

Em Freedom of Expression’s Crisis of Interpretation, David Kaye examina as ameaças à liberdade de expressão em um contexto de crescente desinformação. Curiosamente, o artigo ignora que os Estados Unidos e as demais nações imperialistas são responsáveis por uma crescente onda de censura contra plataformas e redes que desafiam a propaganda política oficial. O bloqueio do sítio russo Russia Today e de outras plataformas de imprensa russas, na Europa e nos EUA, é um claro exemplo de como a liberdade de expressão é manipulada quando se trata de silenciar vozes que expõem a agressão imperialista.

Preparação para uma guerra imperialista

O Journal of Democracy não menciona diretamente o que está por trás dessa série de ataques retóricos: a preparação do imperialismo para um grande conflito com os principais países atrasados do mundo, como China, Rússia e Irã. O Diário Causa Operária já vem alertando para essa escalada, em que os países imperialistas estão criando o terreno para justificar uma guerra aberta contra essas nações, que resistem à ditadura global dos monopólios dos países desenvolvidos.

A recente escalada militar no Iêmen, com os bombardeios americanos contra alvos controlados pelo Ansar Alá, assim como os preparativos bélicos entre “Israel” e o Irã, são exemplos claros de que o imperialismo está reforçando sua política agressiva em várias frentes. Essas ações, somadas à crescente militarização do entorno da China e à intensificação das sanções contra a Rússia, fazem parte de uma estratégia maior de guerra global.

O Journal of Democracy e outras publicações similares servem como veículos de propaganda de guerra disfarçados de análise acadêmica. Ao propagarem o medo sobre a “ameaça” representada por China, Rússia, Irã e outros países que resistem aos monopólios, essas publicações preparam a opinião internacional para apoiar intervenções militares e políticas cada vez mais agressivas. É fundamental denunciar essas tentativas de legitimar guerras de rapina do imperialimos sob a máscara da “defesa da democracia”.

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