Previous slide
Next slide

HISTÓRIA DA PALESTINA

Assassinato do menino Mohammed al-Durrah chocou o planeta

Forças israelenses não apenas ignoraram apelos de socorro, mas continuaram atirando, mesmo após perceberem que alvo eram apenas um menino e seu pai

Em 30 de setembro de 2000, o menino Mohammed al-Durrah, de apenas 12 anos, tornou-se o símbolo do massacre sistemático dos palestinos pelo Estado de “Israel”. As imagens que chocaram o mundo mostravam Mohammed e seu pai, Jamal al-Durrah, encurralados atrás de um barril de concreto para se proteger dos tiros disparados por soldados israelenses, no sul da Faixa de Gaza. Naquele dia, ambos tentavam se proteger enquanto as forças de ocupação sionistas abriam fogo indiscriminadamente contra a população civil. A cena é marcada pelo pavor nos olhos de Mohammed e pelo desespero de seu pai, que, sem ter para onde correr, usava seu corpo como escudo para proteger o filho.

Jamal al-Durrah, desesperado, gritava para que cessassem os disparos, mas a resposta foi ainda mais brutal: os soldados intensificaram o ataque. Foram mais de 45 minutos de tiros até que a tragédia se consumasse. Mohammed foi atingido e, após agonizar nos braços do pai, morreu, deixando seu pai catatônico, como pode ser visto no vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=xgsm9okPHG8&rco=1

 

As forças israelenses não apenas ignoraram os apelos de socorro, mas também continuaram atirando mesmo após perceberem que se tratava de um menino desarmado e de seu pai, ambos indefesos. As fotos e o vídeo do martírio de Mohammed al-Durrah tornaram-se um símbolo da brutalidade sionista e da impunidade com que o exército de “Israel” opera contra o povo palestino. A partir daquele dia, a imagem do menino morto nos braços do pai tornou-se um emblema da Resistência Palestina e do sofrimento infligido pelas forças invasoras.

O assassinato de Mohammed ocorreu durante os primeiros dias da Segunda Intifada, a insurreição popular que explodiu em resposta às provocações e à opressão sistemática exercida pelos sionistas. A Intifada, palavra que significa “levante”, foi um movimento de resistência em massa que se espalhou por todo o território palestino, desde a Faixa de Gaza até a Cisjordânia. Iniciada em 28 de setembro de 2000, a Segunda Intifada eclodiu após a visita do então líder da oposição israelense, Ariel Sharon, à Esplanada das Mesquitas, um dos locais mais sagrados para os muçulmanos. A visita foi vista como uma provocação deliberada e um ato de desrespeito à soberania e à dignidade do povo palestino, servindo como estopim para uma revolta generalizada.

Durante os anos de insurreição, a juventude palestina enfrentou com pedras, paus e coragem as tropas israelenses armadas com tanques, helicópteros e mísseis. A Intifada não se limitou a atos de enfrentamento, mas também resultou em uma forte organização comunitária e de resistência armada, que abalou as bases da ocupação. Apesar da desproporcionalidade de forças, a Resistência Palestina obteve vitórias importantes. Os israelenses foram obrigados a recuar de várias áreas e não conseguiram sufocar o levante popular. A insurreição mostrou ao mundo que, apesar da brutalidade, o povo palestino não se dobraria facilmente diante das forças de ocupação.

Vinte e dois anos depois do martírio de Mohammed al-Durrah, a Palestina vive uma nova e ainda mais radicalizada insurreição revolucionária. A situação atual é ainda mais explosiva e dramática, com as forças sionistas intensificando sua selvageria como resposta à resistência crescente dos palestinos. A crise existencial do Estado de “Israel”, agravada pelo isolamento internacional e pela divisão interna, leva o exército e as autoridades israelenses a cometerem crimes ainda mais hediondos contra a população civil e desarmada. As táticas de bombardeios indiscriminados e ataques brutais a alvos civis se tornaram ainda mais frequentes.

Na ofensiva atual, Jamal al-Durrah, que carrega consigo as cicatrizes físicas e emocionais do assassinato de seu filho, enfrentou uma nova tragédia. Dois de seus irmãos foram mortos pelos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, no dia 17 de outubro de 2023. A perda de mais familiares, somada à lembrança constante do martírio de Mohammed, tornou-se uma representação trágica do ciclo de violência a que o povo palestino está submetido. Mas, ao contrário de enfraquecer a resistência, a escalada da brutalidade israelense tem fortalecido a luta popular. Hoje, o movimento de resistência é mais organizado, mais coeso e mais determinado a alcançar a libertação da Palestina.

O martírio de Mohammed al-Durrah, assim como o de tantas outras crianças e jovens palestinos, não será esquecido. A Resistência Palestina transformou a memória de Mohammed em um estandarte de luta e dignidade. A nova insurreição, alimentada pela indignação e pela revolta contra décadas de ocupação e crimes de guerra, já conquistou vitórias que há muito pareciam inatingíveis. O avanço das forças de resistência, a retirada de tropas israelenses de certas áreas e a incapacidade do exército de suprimir o movimento popular demonstram que a luta do povo palestino está mais viva do que nunca.

Em uma crise terminal, os sionistas intensificam os ataques, destroem casas e assassinam famílias inteiras, mas não conseguem mais do que inflamar o espírito de resistência que atravessa gerações. O martírio do menino Mohammed al-Durrah e a morte de tantos outros são combustíveis para a luta que exige justiça e a libertação da Palestina.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.