Elon Musk x STF

Menos ódio circulando só é bom para os banqueiros

Embora com grande dose de cinismo, jornalista de UOL colocou de maneira muito clara a política do imperialismo para a crise atual e a necessidade de uma censura cada vez maior

O colunista Leonardo Sakamoto, do portal golpista UOL (de propriedade do Grupo Folha, do banqueiro Luiz Frias), publicou um artigo no referido órgão intitulado Efeito colateral da suspensão do X será menos ódio circulando na eleição, destacando que “a suspensão do X/Twitter no Brasil, ordenada, nesta sexta (30), pelo ministro Alexandre de Moraes, é uma decisão amarga, mas necessária”. Por vezes apresentado como uma pessoa de esquerda, chama atenção o fato de Sakamoto ter usado uma das principais expressões da direita e dos neoliberais em especial quando preparam um golpe contra a economia nacional (e o bolso do povo), o famigerado “remédio amargo, mas necessário”, um indicativo de qual política está verdadeiramente orientado na questão do imbróglio envolvendo o bloqueio do X pelo ministro do STF. Segundo o colunista:

“Amarga porque muito melhor seria uma plataforma que aceita cumprir o ordenamento jurídico do país em que ganha o seu cascalho, mantendo representantes legais para o devido diálogo, investindo em uma estrutura robusta de moderação de conteúdo (como o Twitter fazia antes) e atendendo a decisões judiciais que solicitam a remoção de publicações de ódio, intolerância, nazismo, pedofilia, planejamento de ataques em escolas, tentativas de golpe de Estado.”

Naturalmente, o mundo seria muito melhor se as pessoas seguissem fielmente a política dos banqueiros como Frias e principalmente, não se revoltassem com o esgoto que a política do imperialismo produz. Talvez não fosse melhor para os oprimidos, mas para os opressores, sem a menor sombra de dúvidas seria ótimo.

Ocorre que o ódio é justamente um resultado natural da política dos patrões de Sakamoto. Para os trabalhadores massacrados por uma política econômica dedicada à destruição dos empregos e à rapina absoluta do País, o ódio é acima de tudo, uma demonstração de amor-próprio.

Embora com grande dose de cinismo, Sakamoto colocou de maneira muito clara a política dos banqueiros ainda que com um verniz esquerdista. O imperialismo de conjunto adotou uma posição de cautela, mas não saiu atirando contra Moraes porque, finalmente, “menos ódio circulando” (especialmente nas eleições) é o que desejam também.

Tendo perdido o controle do regime político, o imperialismo dedicou-se nos últimos anos a disciplinar o bolsonarismo, desencadeando uma série de atritos entre a direita tradicional e a extrema direita. O recente imbróglio entre Elon Musk (um bilionário, mas ligado ao setor menos poderoso da burguesia norte-americana) e Alexandre de Moraes é um reflexo desse choque, que aqui se expressou no embate entre os dois personagens, mas ocorre em todo o planeta, especialmente nas nações desenvolvidas.

Para os trabalhadores e os povos oprimidos, no entanto, nada pior do que um ambiente de censura, onde as mazelas de um regime político dedicado a esmagá-los não pode ser denunciada livremente, assim como suas aspirações tampouco podem ser expressadas. A censura do “ódio” não é outra coisa além da censura do repúdio das massas, sobretudo à política neoliberal da direita centrista e com a qual a esquerda pequeno-burguesa apresenta uma forte tendência a contemporizar.

O interesse em submeter a população dócil, presa a um cabresto, é reforçado em outra parte do texto, no qual Sakamoto diz, “não é admissível que qualquer pessoa, por mais rica que seja, decida quais leis e decisões judiciais vai cumprir ou não, como estava fazendo Elon Musk”, acrescentando ainda: “principalmente para se promover como liderança global da extrema direita”, conclui, como que destacando o fato de a rebelião ter características política torná-la ainda mais prejudicial. Para os banqueiros, é claro.

Os setores oportunistas da esquerda, não dispondo de um programa, entram de cabeça na campanha, refletindo também a falta de ambições maiores do que a conquista de um cargo ou um emprego privilegiado. Para os interessados em transformações sociais contundentes, no entanto, nada pior do que ver-se impossibilitado de falar ao grande público.

Sakamoto, no entanto, erra em um aspecto de sua profecia: ao dizer que menos ódio circulará na eleição, o colunista de UOL supõe um enfraquecimento da extrema direita no período eleitoral, porém o que a realidade tem demonstrado é o oposto. Os bolsonaristas têm capitalizado todos os ataques aos direitos democráticos feitos pelo regime político e não há razão para crer que dessa vez será diferente. A tática de atacar as liberdades democráticas só tem produzido fracassos para todos, menos para os banqueiros.

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