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Estados Unidos

Quem não se insurge contra Harris está a reboque do imperialismo

Esquerda pequeno-burguesa não consegue resistir à política do identitarismo norte-americano

Desde a renúncia de Joe Biden para concorrer à Casa Branca, e a chegada de Kamala Harris à disputa eleitoral, com o mito da “mulher negra”, a esquerda pequeno-burguesa busca blindar a candidata, justamente por estar totalmente dominada pela política identitária do imperialismo.

Para confirmar isso, basta ver nova matéria de Moisés Mendes, publicada no Brasil 247, onde o autor tentar desmoralizar os setores que estão apontando Kamala como sendo mais do mesmo, ou seja, a política imperialista puro sangue, agora com a magia da mulher negra, que, sabe-se lá a razão, seria melhor ou menos pior que Donald Trump.

Diz o autor: “estamos todos dentro do pátio dos colégios dos anos 70 com essa nova algazarra sobre o que seria a verdadeira índole de Kamala Harris. É divertidamente colegial, é quase infantilmente secundarista a gritaria dos que nos alertam para o que nos espera se a democrata for eleita”.

O tom de deboche do autor revela uma prepotência gigantesca de quem deveria mostrar por qual motivo não se deve fazer alarde sobre Kamala Harris e a manutenção da política norte-americana de sempre. Não é nem divertido nem infantil alertar que Kamala representa, por exemplo, a continuidade do genocídio na Palestina, onde mais de 40 mil pessoas foram assassinadas pelo sionismo de “israel”.

O autor, fazendo rodeios e sem apresentar argumentos que fundamentam sua arrogância, continua: “só falta alguém dizer que todos são ianques. Não há muito o que fazer, além de pedir, como diria Maduro, que tomem chá de camomila. Esquerdas inseguras não saem da adolescência, como os rapagões que não saem de casa”. E continua: “o esquerdismo anti-Kamala não envolve mais nenhum tipo de ação política e nem livresco consegue ser, porque nem literário é. É um esquerdismo de três parágrafos”. Até aqui, o texto de Moisés Mendes não esclarece nada e é uma enrolação não de três, mas de vários parágrafos.

Se a esquerda está fazendo alarde diante das ilusões em Kamala Harris, boa parte desse alarde tem como destino pessoas justamente como o Sr. Moisés Mendes, que, diante dos argumentos da esquerda, prefere dizer que a esquerda é infantil ao invés de contra-argumentar.

Em tom deprimido, e que, de fato, revela mais da sua própria vida que da política em geral, Moisés Mendes conclui: “porque caímos sempre nas armadilhas do pátio do colégio do século 20, por vício pelo debate antigo, por nostalgia, pelo ócio recreativo, porque as gurias estão chegando e porque, na realidade do pátio, brócolis e couve-flor são tudo a mesma coisa”.

Moisés, sim, é maduro. Maduro o suficiente para apoiar Kamala Harris, mesmo de que maneira envergonhada; maduro o suficiente para ter abandonado todas as perspectivas revolucionárias (se um dia as teve) e mesmo reformistas (idem), maduro o suficiente para desistir do debate político e se entregar à qualquer propaganda de uma nova política imperialista, maduro o suficiente para se acomodar diante de qualquer situação política. 

Como em outros tantos casos dessa política, o imperialismo sacou do bolso a mulher negra, que geralmente é para fazer tanto ou mais atrocidades que qualquer outro representante norte-americano faria. E se houver críticas? Racismo!

Trump, nesse sentido, é muito melhor de encarar, pois já é sabido que ele é da direita norte-americano, se apresenta assim, é fruto dessa política. É um inimigo óbvio, ninguém se confunde. Harris, não. A confusão instaurada sobre sua candidatura, confusão da qual o próprio texto de Mendes é resultado, revela que a política correta é atacar, de fato, Kamala Harris, posto que é um elemento de confusão dentro da esquerda, e, como tal, de paralisia, como revela o próprio Moisés Mendes.

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