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Palestina

Hesbolá: se Gaza tivesse caído, o Líbano seria invadido

O secretário-geral do Hesbolá, Hassan Nasseralá, realizou um longo discurso com uma profunda análise da guerra e da crise do regime sionista

Na quarta-feira (10), o secretário-geral do Hesbolá, Hassan Nasseralá, pronunciou um discurso tocando nos temas mais importantes da luta política, principalmente a questão da Palestina. O Hesbolá está em guerra com “Israel” desde o dia 8 de outubro como forma de apoiar a luta do povo palestino. Nos últimos dois meses, com a invasão de Rafá, essa guerra está na iminência de se tornar um confronto em larga escala. Por isso o discurso de Nasseralá é muito relevante.

Ele começa: “nós estendemos nossos parabéns e condolências às famílias dos mártires que morreram nos últimos dias e semanas, alcançando o alto grau de martírio, e expressamos nossa simpatia pela sua perda. Os mártires da Operação Dilúvio de al-Aqsa são exemplos claros e elevados daqueles que são martirizados pelo bem de Alá, lutando em uma batalha clara e inegável pela justiça. Eu gostaria de falar em cada celebração de mártires, e gostaria de poder passar minha vida entre suas casas e famílias, mas infelizmente isso não é possível por muitas razões”.

Sobre a questão militar, ele fala: “entramos na batalha da Operação Dilúvio de al-Aqsa, estabelecemos metas, e o que importa para nós nesta batalha é o reconhecimento do inimigo, porque nossa luta é com eles. Nosso objetivo foi esgotar as capacidades do inimigo, o que foi alcançado até agora. Conseguimos ocupar uma parte significativa das forças inimigas e impedi-las de resolver a batalha em Gaza, confirmando que o norte está ligado a Gaza. Se a calma é desejada no norte, a guerra em Gaza deve parar”.

Essa é a posição do Hesbolá é a mesma desde o início da guerra. Estão segurando um enorme contingente de tropas sionistas na fronteira norte, extremo oposto da Faixa de Gaza. Após 9 meses de guerra essa estratégia está sendo feita com sucesso. Ele conclui: “observadores dentro e fora da entidade inimiga estão convencidos de que parar a guerra em Gaza é a única maneira de parar a guerra no norte”.

Ele segue ainda: “o inimigo está aterrorizado não apenas com a entrada da resistência na Galileia, mas com a simples ideia de infiltração, levando-os a aumentar sua presença humana para compensar as perdas tecnológicas, aumentando seu esgotamento”. A Galileia é o norte da Palestina ocupada, região onde o Hesbolá se mostrou com a supremacia militar. 

Nasseralá comenta: “a necessidade do inimigo por uma presença humana devido aos nossos esforços de esgotamento levou a um dilema social, solicitando aos ‘haredim’ (ultraortodoxos) que sirvam no exército de ocupação, levando seu líder espiritual a ameaçar deixar a entidade”. Ou seja, o Hesbolá está muito consciente da crise social que está se formando dentro de “Israel”. “A guerra e a necessidade de pessoal empurraram o inimigo para estender o período obrigatório de recrutamento, criando outro dilema social dentro da entidade”, continua.

Sobre a crise interna do governo israelense, ele comenta: “hoje, Netaniahu, Ben Gvir e Smotrich resistem em chegar a um acordo por seus próprios interesses e para garantir sua permanência no poder. O fracasso é o título desta etapa dentro da entidade inimiga, sem que nenhum dos objetivos em Gaza tenha sido alcançado”. O governo de “Israel” está em uma crise gigantesca, pendendo cada vez mais para a extrema direita. 

Sobre o Hamas a posição é clara: “o Hamas representa o Eixo da Resistência nas negociações; seja o que o Hamas concorda, todos nós concordamos porque eles coordenam com as organizações palestinas. Devemos reconhecer a unidade e a coragem da resistência palestina em enfrentar as pressões que suportam”. Ou seja, nesse momento o Hamas lidera todo o Eixo da Resistência, a sua posição é a posição final de todas as frentes. 

Em relação à invasão de Rafá o dirigente comenta: “a insistência de Netaniahu na operação em Rafá é um reconhecimento da derrota, já que a operação nesta área estreita, anunciada para durar duas semanas, agora dura dois meses e quatro dias, podendo se estender para quatro meses”. Esse é um aspecto importante da política militar de “Israel”, as batalhas eternas são derrotadas. O objetivo dos sionistas só poderia ser cumprido de forma rápida. Lutar contra a guerrilha é uma derrota para o sionismo. 

Então ele relaciona o Gaza ao Líbano: “uma das maiores conquistas do Líbano pela firmeza da resistência palestina é que, se o inimigo tivesse alcançado uma vitória rápida em Gaza, o Líbano teria sido o primeiro na zona de ameaça. O inimigo em Rafá lida com 27 km e precisa de quatro meses, mas ameaça invadir ao sul do rio Litani! O inimigo aprendeu na Guerra do Líbano de 2006, especialmente depois de ter estabelecido metas elevadas e falhado em alcançá-las”.

E continua: “inicialmente, o inimigo falava em empurrar o Hesbolá 3 km para longe das fronteiras. Revelamos a arma Kornet com alcance de 8 km, então o inimigo quis nos empurrar 8 km para longe. Revelamos o míssil al-Mass com alcance de 10 km, e agora o inimigo quer nos empurrar 10 km para longe das fronteiras. O ministro da guerra do inimigo disse que um tanque saindo de Rafá poderia chegar ao Litani. Vimos isso destruído nos vídeos da resistência palestina”.

Esse é o ápice do discurso, a demostração clara de que “Israel” não tem nenhuma capacidade de invadir o Líbano. Se foram derrotados em Gaza, é uma certeza que serão derrotados caso tentem invadir outro país com uma organização ainda mais forte que o Hamas. 

Nasseralá ainda provoca: “quando seus tanques aparecem em nossas fronteiras, você sabe o que os espera. Nossos artilheiros são habilidosos, nossos punhos são muitos, e nossos foguetes ainda mais. A resistência não teme a guerra e não a teme; a prova são suas respostas às operações de assassinato que chegam a 30 km de profundidade na ocupação, atacando alvos sensíveis enquanto as respostas do inimigo são limitadas”.

Após parabenizar o novo presidente do Irã, ele conclui o discurso: “no caminho para a vitória, mártires surgirão aqui, e o sangue triunfará sobre a espada, e o sangue da resistência prevalecerá sobre todas as espadas”. É um discurso de um grupo vitorioso, um grupo que sabe que todos os seus objetivos estão sendo cumpridos e que a vitória dos palestinos se aproxima.

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