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Francisco Weiss

Militante do PCO em São Paulo. Juntou-se ao partido em 2018, em meio à campanha da luta contra o golpe e pelo “Fora Bolsonaro”. É membro da coordenação do Grupo por uma Arte Revolucionária Independente (GARI), além de dirigente do PCO em São Paulo. Apresenta de segunda a sexta o programa Reunião de Pauta na COTV e outros programas do Canal e também da Rádio Causa Operária.

Coluna

Tarkus, o disco que mudou minha vida

Completando 53 anos de existência nessa semana. Aqui vai minha experiência pessoal com o álbum "Tarkus", do Emerson, Lake & Palmer

Eu me lembro a primeira vez que eu escutei o álbum “Tarkus”, da banda Emerson, Lake & Palmer. Eu tinha cerca de doze anos de idade, estava em uma viagem de ônibus São Paulo – Caldas Novas (GO). Um amigo me falou “você tem que ouvir isso”. Eu já conhecia  outras bandas de rock progressivo, como Genesis e Pink Floyd, mas o ELP eu só conhecia de ouvir algumas faixas curtas, mais famosas, como “From the Beginning” ou “Lucky Man”, ambas mais líricas e tranquilas.

Naquela noite, a caminho do pujante estado do Goiás, meu amigo me entregou o seu disc-man, um daqueles bem “fuleiros”, que falhava a cada buraco que o ônibus passava. O fone de ouvido também era daqueles que “vinham no sucrilhos”. Mesmo em condições precárias como essas, o som que veio  a seguir me impressionou imensamente.

A faixa-título começa com uma sobreposição de notas gravadas com a voz de Greg Lake, formando um acorde tipo “suspenso”. A entrada da banda, tocando num ritmo de 5 tempos, incomum para o rock, que geralmente é em 4. Outra coisa que impressiona é que não há nenhuma guitarra na gravação, o instrumento solista é o teclado Hammond de Keith Emerson, cujo som distorcido e marcante, era totalmente diferente de todos os organistas que vieram antes dele.

Por se utilizar de um tipo de harmonia que não é usual na música popular, combinado com os sintetizadores e teclados, a música acaba tendo um aspecto de “espaço sideral”, o que é condizente com a temática de Tarkus, que conta a história de um gigantesco tatu mecânico, que invade o planeta Terra e causa grande destruição. O desfecho acaba numa luta contra Aquatarkus, outro monstro gigante, porém aquático.

Ao ouvir, eu logo me dei conta de que aquele era o primeiro disco de rock com um teclado que parecia praticamente impossível de tocar. Tornou-se, para mim, uma obsessão. Não sosseguei enquanto não consegui “tirar aquele som”. Durante um bom tempo da vida era o principal incentivo para estudar meu instrumento.

Conto essa história para celebrar o aniversário deste que é um dos mais icônicos discos do Rock Progressivo, que completou 53 anos de existência. Deixo aqui a recomendação para você que ainda não conhece, se aventurar nessa incrível experiência artística.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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