As mulheres compõem mais de 50% da população nacional e cerca de 50% da classe trabalhadora nacional. Daí que a unidade entre homens e mulheres seja indispensável para criar um movimento de luta e revolucionário realmente forte.
Contudo essa unidade não pode ser concretiza sem que o movimento dos trabalhadores levante um programa em defesa das reivindicações democráticas e econômicas próprias das mulheres, tais como direito integral de divórcio, o direito de aborto, isonomia salarial, condições de trabalho adequadas às mulheres, licença maternidade, direito à creche pública e gratuita no bairro ou local de trabalho, condições para amamentação e atendimento médico apropriado.
Nos bancos, as mulheres, mesmo ocupando 49% do total de postos de trabalho, recebem, em média, salários 23% menores que os dos homens. Esses dados são ainda piores nos casos as mulheres negras. As pessoas pretas nos bancos são de apenas 3,7% e as pardas apenas 21,2%. Em relação à remuneração, as mulheres pretas nos bancos recebem o equivalente a apenas 59% do que recebem os homens brancos. Dentre os cargos de liderança na categoria bancária os homens brancos ocupam 40,8% destes, enquanto as mulheres brancas ocupam 36,5%. A participação dos negros em cargos de liderança não chega a 20%.
Neste mês de março, especificamente no próximo dia 08, celebra-se o dia internacional de luta da mulher trabalhadora. A burguesia, os patrões e o imperialismo tentam de todas formas transformar o dia de luta da mulher operária em um dia “festa” da mulher, fazendo questão de tentar apagar as origens proletárias e revolucionárias do dia internacional da mulher.
A data do 8 de março está ligada à luta das operárias têxteis de Nova Iorque. Foi uma das primeiras greves destas operárias têxteis nova-iorquinas, no ano de 1857 que deu origem à data.
Nesta greve as operárias permaneceram paradas durante semanas, sendo brutalmente reprimidas pela polícia e perseguidas pelos patrões em uma grande manifestação exatamente nesta data, transformando-se num símbolo de luta para as trabalhadoras e as socialistas norte-americanas. Esta greve é comumente confundida com o trágico incêndio da fábrica de vestimentas nova-iorquina Triangle em 1911 – em decorrência das péssimas condições de trabalho – que matou mais de 100 operárias, acontecimento que ganhou tamanha notoriedade, pela denúncia feita pelos socialistas, quando estas começaram a realizar as primeiras manifestações para marcar o dia de luta das mulheres, que se apresenta, para muitos, como a explicação para a extraordinária repercussão trazida pela paralisação de 1857.
Na realidade a greve das operárias têxteis, no século XIX, foi a primeira faísca da luta feminina que se transformaria no início século XX num movimento internacional com manifestações de centenas de milhares de mulheres reivindicando o fim da discriminação.
A importância da greve das operárias em 1857 refere-se ao fato de que o movimento foi pioneiro ao levantar as reivindicações femininas em um momento em que a entrada das mulheres no mercado de trabalho era ainda mais a exceção do que a regra.
É nesse sentido que a luta da mulher trabalhadora bancária, da mesma forma que as demais trabalhadoras, representa a luta das mulheres pela sua efetiva emancipação e libertação, assim como a luta pela emancipação de toda classe trabalhadora. Essa luta passa tanto pela luta por conquistas democráticas, como a garantia de direitos iguais, emprego, salários iguais, saúde, educação, quanto pela luta contra a burguesia e seu Estado opressor, contra a exploração capitalista, pelo fim da exploração do homem pelo homem.
Ademais, neste ano a luta das mulheres deve estar pautada fundamentalmente na defesa do Povo Palestino e o seu apoio à resistência armada contra o Estado sionista de “Israel” que, na sua sanha reacionária, está perpetrando um verdadeiro genocídio na Faixa de Gaza, onde as principais vítimas são mulheres e crianças.