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HISTÓRIA DA PALESTINA

Em outubro de 1953, sionistas exterminam mais de 69 palestinos

Dois terços dos aldeões assassinados eram mulheres e crianças

Há mais de 70 anos, no dia 14 de outubro, em uma aldeia chamada Qibya, na Cisjordânia, as forças armadas israelenses assassinaram mais de 69 palestinos, dois terços dos quais mulheres e crianças, mostrando que o fascismo sionista não estava limitado aos massacres cometidos nos anos de 1947-48, durante a Nakba.

A Cisjordânia estava sob o controle do Reino da Jordânia, de forma que a aldeia (situada a oeste da cidade de Ramalá e a nordeste de Jerusalém) fazia parte de seu território, que foi invadido por “Israel” apenas para assassinar árabes palestinos.

A justificativa dada pelos sionistas para o ataque à aldeia de Qibya foi um ataque que havia sido realizado no dia 12 de outubro ao vilarejo de Yehud, em “Israel”, em que três civis israelenses, uma mulher e seus dois filhos foram mortos com a explosão de uma granada.

O governo sionista acusou um esquadrão de guerrilheiros palestinos oriundos da Jordânia de terem empreendido a ação. O governo jordaniano se prontificou a realizar uma investigação, cujo resultado teria rastreado os militantes palestinos até ao vilarejo de Rantins, próximo de Qibya.

Naquela época, os palestinos achavam-se no direito de reagir ao domínio sionista, da maneira que fosse e com os métodos que julgassem necessários, afinal haviam sido alvos de um massacre terrível e recente, expulsos de suas terras de forma sistemática e criminosa. “Israel” já mostrava sua reação imensamente desproporcional.

No dia 13 de outubro, o governo central israelense, liderado por Davi Ben-Gurion (primeiro-ministro), Mordecai Maclef (comandante das Forças Armadas), Moxe Daian (vice-comandante das Forças Armadas) e Pinhas Lavon (ministro da defesa), emitiram ordem para retaliar o ataque a Yehud, conflagrando a Operação Shoshana, que envolveu cerca de 600 soldados das Forças de Defesa de “Israel” (FDI).

Comandada pelo criminoso de guerra sionista Ariel Sharon, futuro primeiro-ministro, a operação consistiu em sitiar a aldeia de Qibya e isolá-la dos vilarejos vizinho. Uma vez que isto fora feito, começou o bombardeio sistemático, com morteiros, para preparar a invasão terrestre. Uma tática semelhante ao que “Israel” fez nos últimos dois meses em Gaza.

Quando a invasão começou, os soldados israelenses atacaram jogando bombas no interior das casas, forçando os aldeões palestinos a saírem. Muitos dos que saíam eram alvos de saraivadas de tiros, disparados aleatoriamente contra as casas, portas e janelas. Os sionistas buscavam atingir qualquer um que tentasse fugir.

Houve também aqueles que ficaram dentro de suas casas. Assim, dezenas de residências foram explodidas com seus moradores dentro.

Tratou-se de um ataque ocorrido após o Acordo de Armistício de 1949, firmado entre “Israel” e os países árabes, em que os sionistas deram mais uma demonstração do plano de tomar todo o território da Palestina para eles, expulsando os árabes, para então formar um Estado puramente judeu, supremacista.

O massacre, por sua desproporcionalidade, foi condenado universalmente pela comunidade internacional e pela ONU (Estados Unidos incluso). Contudo, mostrando que tais condenações formais das Organizações Unidas e mesmo de Estados Nacionais não surtem efeitos práticos para impedir o genocídio de “Israel” sobre os palestinos, nada aconteceu.

Ben-Gurion jamais foi responsabilizado como um criminoso de guerra pelo Tribunal Penal Internacional. Nem Ariel Sharon e nem Moxe Daian. O então primeiro-ministro e o governo israelense, em resposta à “comoção” internacional, declararam cinicamente que o massacre havia sido cometido por uma população israelense revoltada. Uma demonstração de que a máquina de mentiras sionista é antiga.

Diante do massacre de Qabiya, dos milhares de outros cometidos por “Israel” contra os palestinos, e do fato de que nenhum político ou militar sionista jamais foi apontado como um criminoso de guerra, a resistência armada do povo palestino, atualmente liderada por organizações como o Hamas, a Jiade Islâmica, a Frente Popular pela Libertação da Palestina e a Frente Democrática pela Libertação da Palestina é inteiramente justificada e deve ser apoiada incondicionalmente.

 

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