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Brics

BRICS se tornou um bloco político

Neste quinta-feira, dia 31 de agosto, Esquerda Marxista, publicou uma matéria intitulada “Os Brics e a ilusão do desenvolvimento no capitalismo”.

Na quinta-feira, dia 31 de agosto, Esquerda Marxista, seção brasileira da Corrente Marxista Internacional (CMI), publicou uma matéria intitulada “Os Brics e a ilusão do desenvolvimento no capitalismo”, assinada por Michel Goulart da Silva.

O que diz o artigo?

O artigo afirma que “Na retórica do governo Lula, o Brics é uma iniciativa que busca ser uma alternativa aos países imperialistas e, com isso, vislumbra a possibilidade de que possam, por meio da cooperação mútua, se desenvolver economicamente.

Chegando a citar Lula: “O Brics continuará sendo força motriz de uma ordem mundial mais justa e ator indispensável na promoção da paz, do multilateralismo e na defesa do direito internacional. Promoveremos a superação de todas as formas de desigualdade e discriminação”.

Entretanto, o autor pontua: “Contudo, sabe-se há mais de um século que essa é uma ilusão vendida pelas burguesias dos países dominados pelo imperialismo.” 

Colocando de forma mais evidente, para o autor não existem consequências ou motivações maiores ao Brics do que uma melhor posicionamento em negociações econômicas. O mesmo ignora todos os acontecimentos geopolíticos das últimas décadas, o que se dirá das últimas semanas, numa concepção no mínimo sectária da realidade.

Arabia Saudita

No trecho seguinte, o autor expõe sua forma de pensar: “O encontro decidiu pela adesão de Argentina, Irã, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia, que serão parte do Brics a partir de 1 de janeiro de 2024. Esses países se somam a Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul. Essas novas adesões podem significar uma expansão política e comercial da China, líder do bloco, mas, ao mesmo tempo, aprofundam sua heterogeneidade, na medida em que incorporam países como a Arábia Saudita, claramente subordinado aos EUA.”

Para ele, a Arábia Saudita é um subordinando dos EUA infiltrado nos Brics, e não um país com interesses próprios que, perante a fragilidade do imperialismo, tenta erguer a cabeça na defesa desses interesses.

Força militar imperialista

É ignorada toda a movimentação no continente africano, as mudanças de poder no Níger e Gabão. Assim como inviabilidade enclave na Ucrânia contra a Rússia, e todas as outras derrotas recentes do imperialismo pelo mundo.

A expulsão das forças dos EUA do Afeganistão abriu uma crise semelhante a da Guera do Vietnã. Entretanto, mais aguda, um país rural, minusculo, enxotou, mesmo que a duras penas, o que seria a maior potência bélica mundial.

Após esse momento, todos que estavam sob o jugo norte-americano, começaram a questionar sua situação. Não como manter a dominação apenas pela via econômica, se o imperialismo não tiver a força militar suficiente será o fim do seu regime.

Os Brics

A limitação dos Brics como um instrumento frente ao imperialismo é nítida. Todavia, a questão o porquê da sua procura? Embora apenas nove tenham tido sucesso, mais de 40 países investiram para ingressar no Brics.

Isso demonstra uma busca por independência do imperialismo e até mesmo melhores condições econômicas para o desenvolvimento dessas nações. Um país como o Níger que tinha os seus recursos roubados, seus trabalhadores explorados sem desenvolver minimamente a região. Obviamente preferirá, como muitos outros vizinhos, negociar com a China em melhores condições.

Portanto, não temos novidades, a simples apontamento dessa questão parecer uma tautologia ao povo nas condições citadas que se beneficiou com as mudanças.

Sempre é Lula

Lula já apresentou ponto lamentáveis em sua orientação política. Entretanto, há um esforço de parte da esquerda em se alinhar com a direita, para lhe imputar uma culpa que não é devida.

“Para começar a discutir qualquer possibilidade de independência política e desenvolvimento econômico, o primeiro passo é parar de pagar a dívida e garantir os recursos necessários para desenvolver a indústria e a ciência. Contudo, nem mesmo essa limitada perspectiva nacionalista está no horizonte das classes dominantes e do governo de unidade com a burguesia encabeçado por Lula, que deixou claro seu compromisso com a dívida na aprovação do arcabouço fiscal.”

Nesse parágrafo o autor inicia questionando a independência política de Lula, sem mencionar a quem. E continua questionando seu esforço em torno do desenvolvimento nacional, como se Lula fosse uma espécie de FHC e não um político nacionalista.

Na sequência, o autor coloca a aprovação do arcabouço fiscal como um “compromisso com a dívida”. O que o autor desconhece, ou omite, é que o arcabouço fiscal foi uma derrota do governo Lula; os pontos negociados do seu interesse no Senado foram derrubados na Câmara.

Tenhamos claro, o programa para o qual Lula foi eleito não é revolucionário, mas é favorável ao desenvolvimento nacional. E se o governo Lula ainda não conseguiu colocar esses programa em prática, é por suas fraqueza nas instituições, principalmente o Congresso. E, sendo um político nacionalista (portanto, limitado), por evitar mobilizar as massas, algo que geralmente só ocorre quando a situação se encontra num beco sem saída.

Governo dos trabalhadores

Não adianta um discurso vazio pela revolução sem haver mobilização popular, se não estiver pressente na vida dos trabalhadores. A entender a correlação de forças na disputa política, e como pesá-la a favor da classe operária, é essencial para quem deseja fazer política.

Ao realizarmos a campanha incondicional para Lula, não aprovamos o seu programa ou entramos em seu governo. Sabemos que é preciso mobilizar os trabalhadores para, na luta, transformarem o governo Lula num governo dos trabalhadores, apenas assim a classe operária poderá ter uma experiência política completa.

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