Após golpe militar

Gabão: governo de transição anuncia primeiras medidas

Decisões parecem um aceno para "acalmar"a burguesia e reduzir pressão sobre o país

De acordo com informações divulgadas pelo jornal camaronês EcoMatin, um dos principais periódicos de notícias e análises económicas da África Central, o Comitê para a Transição e Restauração das Instituições do Gabão anunciou as suas primeiras medidas. A junta militar assumiu o poder no país centro-africano no dia 30 de agosto, quando depôs o presidente reeleito Ali Bongo.

As medidas, que são todas elas econômicas, se deram após uma reunião com membros da Federação Empresarial do Gabão (FEG), chefiada por Henri-Claude Oyima, que é também membro do BGFIBank. Os empresários apresentaram treze propostas ao Comitê para a Transição e Restauração das Instituições do Gabão. “Hoje anuncio que, com base nas vossas propostas, mantenho como prioridade quatro que vamos concretizar imediatamente”, afirmou o líder da junta militar, Brice Oligui Nguema, que será empossado como novo presidente no dia 4 de setembro.

As decisões tomadas por Nguema são:

  • Liquidar a dívida interna
  • Restabelecer o dia de contabilidade do Tesouro “para acabar com as pequenas artimanhas entre amigos e malandros”.
  • Elaborar um plano, junto aos bancos, para financiar o desenvolvimento do país
  • Transferir o Fundo Nacional de Segurança Social (CNSS) e o Fundo Nacional de Seguro de Saúde e Garantia Social (CNAMGS) para a iniciativa privada

Em uma primeira análise, as medidas parecem um esforço da junta militar para “acalmar” a burguesia local e, sobretudo, os setores mais ligados ao capital financeiro. Uma política natural, diante da pressão internacional sobre o país. Ainda é cedo, contudo, para tecer qualquer comentário sobre qual será a política econômica do novo governo gabonense.

Após dois dias em queda, causada pelo golpe militar, o Gabão teve uma leve recuperação na Bolsa de Valores, de acordo com a Agência Bloomberg.

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