Faltam cinco dias para o fim do primeiro turno das eleições, aproximando-se a decisão sobre quem será o novo Presidente da República. Em meio a este cenário, uma situação estranha pode ser vista em toda a campanha eleitoral: a falta de campanha de rua para uma disputa tão importante para a luta contra o golpe.
É visível que a burguesia buscou, neste ano, praticamente liquidar a campanha de rua em todo País, pois a direita é impopular e teme o povo. No entanto, desde o início das eleições, a esquerda pequeno-burguesa, por outro lado, fazia uma intensa propaganda de que estas seriam as eleições onde a maior unidade em torno de uma candidatura estaria sendo feita, onde a maior campanha de alianças estaria prestes a ocorrer. Contudo, próximo ao término das eleições, as diversas alianças de Lula mostraram-se ser mais uma enganação.
Enquanto o candidato dos trabalhadores lidera na pesquisas, seus supostos aliados, que vão desde partidos como PSOL e PCdoB até partidos golpistas como o PSB, sequer fazem coro com sua campanha eleitoral. Nas ruas, o único partido que se vê defendendo a campanha de Lula, fora o próprio PT, é o Partido da Causa Operária (PCO).
Nesse sentido, Antônio Carlos, candidato ao senado pelo PCO em São Paulo, denunciou esta operação e fez um desafio: “Encontre a foto de Lula no material dos aliados e ganhe um brinde!”
O caso é escandaloso. Em todo País, os materiais dos supostos aliados de Lula sequer contém a divulgação do petista para a presidência. Exemplos não faltam, mas se destacam nomes importantes como Marcio França, um dos supostos aliados, que saiu como o candidato para o senado da coligação do PT com o PSB. No material do candidato, pode-se ver o voto para o senador e, inclusive, votos para deputados do partido. No entanto, onde está o voto para Lula?
Em todo o Brasil o caso se repete, Lula não é visto em cards do PSOL, PSB, entre tantos outros partidos “aliados” ao petista. O motivo não pode ser mais claro: estes partidos apenas se aliaram ao PT não para defender qualquer democracia, mas sim para agirem feito abutres em cima da popularidade de Lula.
É fato que Lula é a figura mais popular do País e estar na coligação de Lula é uma grande possibilidade de garantir cargos para todos estes setores oportunistas. PSOL, PCdoB, PSB, entre outros, têm nos votos o único interesse em estar com Lula.
Na realidade, apenas na hora do voto querem estar como aliados, porém na hora de fazer campanha para o petista, se recusam por completo. É o mais profundo oportunismo eleitoral, um golpe na candidatura de Lula e na campanha dos trabalhadores. Fica visível que o cargo é a única coisa que importa em se aliar com o PT e que, na prática, estes supostos aliados são muito mais um peso do que qualquer benefício para Lula.
Nem nas ruas, nem na campanha eleitoral, em lugar algum. A candidatura de Lula foi abandonada pelos abutres mesmo no melhor momento, onde Lula dispara nas pesquisas e tem chances consideráveis de vencer as eleições.
Toda esta situação mostra que, de fato, o PCO é o único partido que faz questão de fazer campanha para Lula nestas eleições. Os aliados de Lula, verdadeiros cadáveres políticos, como Alckmin, estão se aproveitando da popularidade do ex-presidente e ressuscitando. O PSOL, por sua vez, está enfrentando uma enorme crise interna com a adesão por cima à candidatura do PT.
O PCO, que desde o início fez um apoio crítico ao PT, é o partido que faz de fato a campanha, pois entende que a candidatura Lula tem enorme apoio popular e tem chances reais de infligir uma derrota, mesmo que parcial, à direita golpista.
É por este motivo que, por estar interessado na vitória dos trabalhadores sobre o golpe de Estado em não em meros cargos eleitorais, o Partido da Causa Operária vem se destacando como principal aliado da candidatura de Lula. O PCO foi o primeiro a chamar Lula Presidente, o primeiro a sair nas ruas contra o golpe, contra a prisão de Lula e a denunciar as eleições fraudadas de 2018. Agora, mais uma vez, é o único que, junto à militância de base do PT, está nas ruas defendendo a candidatura dos trabalhadores.
Isto mostra que a chamada frente ampla é inútil para derrotar o golpe. É, na realidade, um completo atraso à luta, o que muda é a mobilização dos trabalhadores.
