O identitarismo é um instrumento de poder nas mãos do imperialismo, através da política identitária a burguesia tem um circo, porém sem ter que se preocupar com pão para os pobres. Com universidades, sindicatos, organizações extra-parlamentares, movimentos sociais tomados por tanques de ideias (think tanks) e ONGs que contaminam esses ambientes com os interesses imperialistas, temos o momento mais crítico de todos. A esquerda que antes estava incondicionalmente em defesa dos países atrasados, agora os atacam. Há muito dinheiro envolvido para comprar mercenários.
Nesta semana o Irã vem sofrendo mais uma tentativa de desestabilização por conta de protestos contra o governo persa. A morte de uma jovem jornalista causou comoção nacional, e o imperialismo convocou atos em várias regiões do país, conforme é possível ser visto pelo comunicado da Open Society Foundations, uma entre as entidades convocadoras dos atos.
Conforme demonstramos neste Diário, autoridades iranianas, incluindo o presidente, Seyed Ebrahim Raisi, ordenaram uma investigação “completa e urgente” sobre as causas da morte. Três dias se passaram desde a morte repentina de Mahsa, que perdeu a vida após ser levada a uma delegacia de Teerã pela Polícia para participar de uma orientação sobre o vestuário padrão.
A operação do imperialismo consiste em utilizar uma morte e acusar o regime iraniano de assassinar cidadãos a esmo. A falsificação do imperialismo pode ser comparado, sem nenhuma sombra de dúvidas, ao método nazista, e vem sendo incorporado com grande desenvoltura pela maioria dos setores de esquerda, inclusive os ditos radicais.
Sobre a morte da jovem iraniana, Mahsa Amini, o Movimento Revolucionário dos Trabalhadores (MRT) soltou um vídeo em repúdio ao governo iraniano.
O vídeo em favor do imperialismo cita informação de uma ONG, como segue transcrição abaixo:
“Massivas mobilizações tomaram as ruas do Irã por motivo de detenção e assassinato da jovem presa pela polícia moral, por supostamente não estar usando corretamente o véu. Segundo denúncias da família, ela foi espancada pela polícia e morreu no hospital após três dias de coma ela não tinha problema de saúde. Teve como causa da morte oficial um ataque cardíaco e as autoridades não permitiram que a família tivesse acesso ao seu corpo o assassinato gerou ondas de manifestações por todo o país com grande protagonismo das mulheres viralizaram imagens de mulheres queimando os véus ou cortando os cabelos em praça pública numa clara sinalização de enfrentamento as autoridades. Segundo uma ONG de direitos humanos que atua no Irã, já são 31 mortos enfrentamentos e mais de 700 feridos, mas as mulheres estão dispostas a enfrentar o regime teocrático. Todo apoio à luta das mulheres iranianas contra o estado teocrático de Ibrahim Raisi, arrancar a justiça por a Mahsa Amini e separar a igreja do estado. Mais informações acesse o Esquerda Diário” (grifos nossos).
Essa colocação não difere da Folha de S. Paulo. De acordo com editorial do jornal pró-imperialista:
Diante da fúria feminina, as autoridades responderam com mais repressão e violência. Centenas de pessoas já foram presas, e ONGs de direitos humanos falam em mais de 30 mortos, enquanto as fontes oficiais apontam 17 vítimas até o momento. Num expediente típico de ditaduras, o governo bloqueou o acesso às redes sociais.
Já não é mais possível diferenciar os discursos da esquerda pequeno-burguesa, oportunista, da própria burguesia de carne e osso com o imperialismo, são parte do corpo de um exército contrarrevolucionário, capaz de receber dinheiro para atacar a autodeterminação e a soberania popular dos povos. Além de estarem protegidos pelo regime político, se vendem em troca do carreirismo.
Já não é mais possível diferenciar os discursos da esquerda pequeno-burguesa, oportunista, da própria burguesia de carne e osso com o imperialismo, são parte do corpo de um exército contrarrevolucionário, capaz de receber dinheiro para atacar a autodeterminação e a soberania popular dos povos. Além de estarem protegidos pelo regime político, se vendem em troca do carreirismo.
Com a crise do imperialismo, há a sobra de mão-de-obra mercenária das letras e da ideologia, que ajudam na difusão da pauta dos bilionários, a globalização e neoliberalismo. Globalização é uniformização dos costumes a partir de toda uma operação econômica e geopolítica, e o neoliberalismo é a desnacionalização e privatização ao máximo, inclusive terceirizando indivíduos. Muitos são esses mercenários da ideologia imperialista, que abortaram a luta de classes, e capitularam em troca do carreirismo.
O identitarismo como arma contra o Irã foi sufocado e rejeitado pelo povo persa, que protesta contra os contrarrevolucionários, contra os Estados Unidos e contra o Estado sionista, que organiza no Oriente Médio uma série de movimentos remunerados por instituições filantrópicas, que se utilizam da demagogia identitária de forma sábia, pois os mercenários ideológicos topam tudo por carreirismo e por um pouco de espaço no regime político, sem querer derrubá-lo, sem querer uma ordem socialista.
Embora o Irã não seja socialista, o país está em colisão contra o regime de opressão dos Estados Unidos, que não deu conta de resolver seus próprios problemas, nem o problema do racismo, o problema das mulheres e a questão LGBT. Na prática, os Estados Unidos querem apenas ser a polícia do mundo, visa minar os países que o confronta.
Embora o Irã seja uma república xiita, fundamentalista, com uma polícia moral e um aparato de segurança baseado no Alcorão. Trata-se de um governo repressivo, porém a esquerda não pode atacar o Irã, especialmente por impulsionamento do imperialismo, que visa o Petróleo do país e se apropriar da ciência iraniana, que domina todas as etapas de enriquecimento de Urânio, estratégico em tempos de escassez energética.
Tirando o Irã, aliado de Rússia e China no Oriente Médio, o caminho do sionismo estaria aberto para ocupar violentamente toda região com apoio logístico, intelectual, moral e financeiro, tomando amplas reservas de petróleo e favorecendo os monopólios capitalistas. O islamismo, embora forte politicamente na região, com o enfraquecimento do regime iraniano, abriria espaço vital para ocupação dos Estados Unidos e seus condomínios do imperialismo. Como revolucionários precisamos denunciar a artificialidade dos protestos e combater essa forma de guerra de desgaste no Irã.