247 – Os trabalhadores da Dataprev iniciam greve em cinco estados após o fracasso da tentativa de negociação coletiva com a empresa. Em São Paulo, foi aprovado em assembleia o início da paralisação a partir de sexta-feira (12/3), por tempo indeterminado. No Distrito Federal, a greve começou nesta terça (9/3), e no Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, na última segunda (8/3).
A Dataprev é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Economia, responsável pelo processamento dos pagamentos dos cerca de 35 milhões de benefícios previdenciários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), pelo sistema online de liberação do seguro-desemprego e pela tecnologia necessária para programas estratégicos e sociais do governo, entre outras atribuições.
Os trabalhadores pedem a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho 2020, que ainda está pendente. O ACT vinha sendo renovado a cada 30 dias, sem índice de reajuste salarial. Além disso, no dia 25 de fevereiro, a Dataprev extinguiu o contrato da empresa com o plano de saúde da Geap. No ACT 2020, havia duas cláusulas (7ª e 48ª) que previam direitos específicos para empregados ativos, aposentados, pensionistas e familiares, e no novo plano de saúde não há essa garantia. Essas duas cláusulas geraram entrave nas negociações, pois a empresa se recusou a assinar novo acordo com a previsão anterior.
Na última sexta (6/3), a diretoria da Dataprev enviou ofício à federação se colocando disposta a retomar as negociações por meio de mediação do TST (Tribunal Superior do Trabalho). A federação recusou, afirmando que aguardava uma proposta concreta e que a negociação poderia ser feita de forma direta entre as partes.
“Desde o ano passado, denunciamos o desmonte da estrutura da Dataprev com demissões em massa e o fechamento de unidades pelo Brasil. Mesmo assim, os trabalhadores da Dataprev estiveram na linha de frente durante a pandemia, se não fosse o trabalho desses profissionais teria sido impossível pagar o auxílio emergencial para quase 70 milhões de brasileiros no ano passado. Os trabalhadores não vão aceitar esses ataques e a precarização que querem impor para depois privatizarem esse patrimônio nacional”, afirmou Antonio Neto, presidente do Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo) e da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros).