O governador direitista do estado do Espírito Santo (ES), Renato Casagrande (PSB), decidiu justamente em um momento em que os trabalhadores mais necessitam que, a partir do último domingo (17), os ônibus da região não aceitarão mais dinheiro na compra de passagem, com essa medida todos os cobradores de ônibus serão jogados no olho da rua.
Com a medida o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (Sindirodoviários) decidiu parar por tempo indeterminado, a partir do dia 17 de maio, o sistema Transcol, sistema metropolitano de transporte coletivo realizada por 11 empresas privadas, ate que seja revogado o decreto estadual que estipula que os ônibus circulem sem cobradores.
A cínica justificativa do governo para o decreto é que a medida seria para retirar o dinheiro dos veículos, ação essa que é para diminuir o risco de contágio pelo novo coronavírus.
Na verdade a demissão dos trabalhadores é uma medida que já vinha sendo estudada pelo governo, representante dos empresários, no sentido de reduzir os custos das suas empresas e estão se utilizando do momento da pandemia para justificar tal política criminosa.
A justificativa não se sustenta quando o sistema de transporte do estado é totalmente ineficiente. A população não cansa de reclamar da lotação e os atrasos de ônibus e, que, justamente no momento da pandemia, houve uma redução substancial da frota, aumentado ainda mais a superlotação nos transportes. Não é por um acaso que o estado do Espírito Santo ocupa o 7º lugar de maior incidência de coronavírus e a 9ª maior taxa de mortalidade no país, ficando na frente de estados como São Paulo e Rio de Janeiro. Desde o começo do mês de maio que o governo do estado adotou a abertura gradual do comércio, para satisfazer os interesses do grandes capitalistas e banqueiros.
É conversa para boi dormir a justificativa do governos de acabar com a circulação de dinheiro nos ônibus para diminuir a propagação do vírus. A verdade é que o governo está impondo que os trabalhadores paguem pela crise das empresas de transporte.
Os trabalhadores e suas organização não devem se intimidar com as atitudes dos prepostos dos empresários , tanto dentro do governo quanto da justiça, que acaba de declarar a greve ilegal prevendo multa de R$ 30 mil, caso descumprimento. Os trabalhadores devem aprofundar a greve e utilizar os métodos tradicionais de luta da classe operária, tais como a ocupação da empresa até que as suas reivindicações sejam atendidas. Contra a política de ataque aos direitos dos trabalhadores estatizar todo o sistema de transporte do estado sob o controle dos trabalhadores.