Para saúde nada e para guerra tudo. O presidente dos EUA, Donald Trump, congelou os fundos de seu país para a OMS (Organização Mundial de Saúde) sob a desculpa esfarrapada de que há “má gestão e encobrimento da disseminação do coronavírus”, mas, ao mesmo tempo, insiste em que seus parceiros da OTAN aumentem sua gastos com defesa.
Assim, os EUA solicitam mais financiamento para a OTAN enquanto suspende recursos para a OMS. Dessa forma há uma semana, Trump, em meio à pandemia, começa a cortar os recursos depois de insinuar que a organização OMS tinha um viés favorável à China.
Esta é uma ameaça que vem de longe. Trump já havia ameaçado cortar os recursos depois de sugerir que a administração da organização tinha um viés favorável à China durante a pandemia de coronavírus. Havia reclamado que os EUA são responsáveis por cerca de US$ 400 milhões – quase um quarto do orçamento da instituição -, enquanto, segundo ele, a China contribui com US$ 40 milhões.
A ameaça se cumpriu. Segundo Trump, “Hoje, determino a suspensão do financiamento da Organização Mundial da Saúde enquanto se realiza um estudo para examinar o papel da OMS na má gestão e no encobrimento da pandemia do coronavírus”, declarou Trump durante sua entrevista coletiva diária, enquanto defendeu a gestão de seu próprio governo para a crise em seu país.
De outro lado, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Gutérres, defendeu nesta terça-feira (15) que: “Eu acredito que a Organização Mundial da Saúde deve ser apoiada, já que isso é absolutamente essencial para os esforços mundiais para vencer a guerra contra a COVID-19”.
Trump será responsabilizado pelo maior número de mortes, segundo a Universidade Johns Hopkins, foram confirmadas 2.129 novas mortes no país. Com isso, os EUA agora têm mais de 25 mil vítimas fatais da COVID-19.
Um número crescente de mortes. O número supera o registrado no último dia 10, quando 2.074 morreram em decorrência do novo coronavírus. De acordo com o monitoramento da Johns Hopkins, há 605 mil casos de COVID-19, a maior incidência em todo o mundo.
Os investimentos na OTAN são uma ameaça direta à Rússia: “Eu tive uma grande reunião com a Otan”, afirmou. “A Otan era fraca, mas agora está forte de novo (ruim para a Rússia). A mídia diz apenas que eu fui rude com os líderes, nunca menciona o dinheiro.”
Como se depreende daí nos últimos anos os EUA estão investindo mais dinheiro na corrida armamentista, como o orçamento de 2020, de 2019, de 2018.
É certo também que os gastos dos EUA com militares em outros países também aumentarem, apesar das promessas de campanha de Trump de investir mais internamente e acabar ou diminuir a presença militar norte-americana no mundo, que custa muito caro aos cofres públicos.
Tudo isso indica que o imperialismo sabe que a crise é gigantesca e que é preciso estar preparado para o que vem com a crise, que são as guerras e as necessidades de intervenção golpista pelo mundo para saquear os países e salvar os lucros dos monopólios.