Apesar do cenário de incerteza que paira sobre a economia global, algumas projeções já começam a deixar os capitalistas de cabelo em pé. É o caso, por exemplo, da retração no Reino Unido, que, segundo as estimativas realizadas nessa semana, poderá atingir 35% até o fim do ano. No momento, o Reino Unido apresenta 94.829 casos de coronavírus e 12.125 mortes decorrentes da doença, sendo um dos cinco países com maior número de óbitos registrados no mundo.
A retração da produção britânica, que vem acompanhada de uma série de outras notícias negativas para os especuladores de todo o planeta, já é, por si só, um fenômeno de importância global. Afinal de contas, o Reino Unido, junto com a França, a Itália e a Alemanha, desempenha um papel decisivo para a manutenção do imperialismo, fase final do capitalismo. São os bancos e grandes conglomerados desses países, em conjunto com os dos Estados Unidos, quem controlam os aspectos fundamentais da política e da economia mundial.
A crise no Reino Unido já vinha se desenvolvendo fortemente nos últimos anos. Antes dono de um império muito poderoso, os britânicos, já sequelados durante todo o século XX, sofreram uma desindustrialização muito expressiva por causa da política neoliberal, inaugurada por Margaret Tacther. O crescimento das contradições internas foi tão grande que acabou por tornar as eleições de 2019 bastante polarizadas, tendo, de um lado, Jeremyn Corbyn, da ala esquerda do Partido Trabalhista e ligado aos sindicatos, e, de outro, o fascistoide Boris Johnson. Antes disso, e 2016, a votação do Brexit já demonstrava a impopularidade do regime.
Assim como haverá uma forte retração no Reino Unido, é de se esperar que o imperialismo, como um todo, aprofunde de maneira colossal a sua crise. Os Estados Unidos, hoje, são o epicentro da pandemia de coronavírus, e os resultados na economia já são evidentes. A essa altura, dezenas de trilhões já foram injetados para que os bancos não entrassem em falência. A crise, no entanto, está apenas no começo.
Com uma crise que, até esse momento, permanece indimensionável, os capitalistas recorrerão a um único meio para manter seus negócio de pé: jogar a conta para os trabalhadores É preciso, portanto, impedir que isso aconteça. É preciso organizar os trabalhadores em todos os continentes para, por meio de um programa de reivindicações urgentes, colocar fim, de uma vez por todas, à farra dos inimigos da humanidade.