Crescentes ataques á terras indígenas no Vale do Javari, região próxima á fronteira com a Colômbia e o Peru, levaram na última quinta feira (21) a fuga dos últimos servidores da Funai do local, que fugiram devido a ataques de caçadores, madeireiros e outros setores ilegais ligados ao agro-negócio, que dispararam contra os desarmados trabalhadores responsáveis pelo zelo da região.
A Funai requisita proteção já há tempo contra os ataques, recentemente, através da Justiça Federal do Amazonas, foi ordenado o envio de proteção do território pela União, no entanto nem a Polícia Federal, a Força Nacional ou o Exército responderam ao chamado, o posicionamento traduz a conivência já conhecida do governo ilegítimo de Bolsonaro com os grandes proprietários de terra das zonas rurais brasileiras. Como já proferiu:“No que depender de mim, não tem mais demarcação de terra indígena”.
Os índios foram um setor da população dizimado em números extremamente altos durante a ditadura militar brasileira, o que é muitas vezes esquecido quando comenta-se sobre os crimes fascistas nesta época, suas lideranças e aliados estão sob permanente ameaça de grandes agropecuários e são veladamente assassinados ao longo do tempo. A luta com estes setores declaradamente bolsonaristas, não pode ser levada somente pela coragem que os povos indígenas são capazes de demonstrar, seu armamento é um fator indiscutivelmente necessário para garantir sua soberania, da mesma forma que que a luta armada é o caminho necessário para a população brasileira como um todo para equiparar seus instrumentos ao da burguesia, já superando-a em proporções. O exemplo para ilustrar esse cenário, se dá no heroico levante dos bolivianos, armados a princípio com rifles rudimentares na melhor das hipóteses, contra o golpe fascista em seu país. A devida provisão de armas á estes, e a organização de combate, seria o fator chave para que resistissem aos golpes imperialistas como fez o governo de Chávez na Venezuela.
A resposta da esquerda não deve ser a de confiança na posição das instituições da democracia burguesa, de pressionar o governo bolsonaro, “pondo-o na linha”, o exército, a justiça ou outras áreas aparelhadas pela burguesia, este destino está sendo ilustrado no duro golpe que a população da América Latina está sofrendo, como foi o de Evo Morales, por exemplo, que ingenuamente ao convocar novas eleições, sendo isso parte de um claro avanço da extrema direita, deu território para o golpe fascista em seu país. O combate direto contra os setores da direita deve ser preconizado pelo povo.
Fora imperialismo da América Latina!