Crise do regime

Bolsonaro, um presidente sem partido

O presidente ilegítimo Jair Bolsonaro ingressou no PSL para viabilizar sua candidatura, mas não consegue ter em seu partido o apoio necessário para seguir adiante.

“Sou menina bonita sem namorado”. Assim descreveu o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro a si próprio em fala no último sábado (2). A frase bizarra, como costumeiramente tem sido tudo no governo da extrema-direita nacional, se refere ao fato de que o atual comandante máximo do governo federal se encontra sem um partido político para chamar de seu.

Há várias semanas, a crise que Bolsonaro vive no interior de seu partido atual, o Partido Social Liberal (PSL) tem se tornado pública. O atual presidente nacional do partido, o pernambucano Luciano Bivar, já demonstrou publicamente seu interesse em ver Bolsonaro fora da sigla. Bolsonaro, por sua vez, não hesitou em criticar Bivar em público para um admirador.

A crise no interior do PSL não reside somente entre as trocas de acusações entre Luciano Bivar e Jair Bolsonaro. Várias outras figuras públicas e parlamentares do partido já compartilharam seus atritos na imprensa burguesa, revelando uma disputa acirrada pelo controle de uma agremiação bastante artificial. Tais disputas, contudo, são mais do que esperadas: o PSL é um partido improvisado, alugado pela burguesia para abrigar a candidatura de Bolsonaro, único capaz de sustentar minimamente a fraude eleitoral de 2018, e uma série de outros elementos do “centrão” para dar sustentação ao regime político.

Em meio a toda a crise no PSL, o presidente já declarou também que tem interesse em abandonar a legenda para ingressar no Partido Militar Brasileiro, que está em fase final de criação. A agremiação agora depende apenas do TSE para obter o seu registro.

Seja qual for o desfecho da crise – se Bolsonaro vai para um partido recém-fundado ou vai permanecer no PSL sob o controle de Bivar ou, ainda, se vai conseguir derrubar Bivar do comando do partido – fato é que nesse exato momento, o presidente da República não tem um partido no qual se apoiar. Esse, por sua vez, é um enorme sinal de crise do regime político como um todo, mostra que o governo estabelecido por meio da fraude eleitoral de 2018 é tão frágil que é incapaz de unificar até mesmo os setores residentes no partido do atual presidente.

Se a burguesia está dividida, e a divisão no PSL mostra isso claramente, é hora de esfacelá-la, não de permitir que ela se reconstitua. Por isso, é preciso organizar os trabalhadores e o povo pobre e oprimido em geral para organizar um amplo movimento pelo “Fora Bolsonaro” e pela derrubada de todo o regime político golpista.

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