O governo chileno anunciou, na noite de ontem, novas medidas que buscam conter a verdadeira rebelião popular, incluindo o aumento do salário mínimo e um pedido de desculpas do presidente, diante de um quadro político que se agrava a cada minuto. Desde que a população saiu as ruas, o presidente lacaio dos Estados Unidos, Sebastián Piñera aumentou progressivamente a repressão. De acordo com os últimos informes do governo, desta terça-feira (22), houve um total de 15 mortos.
Em entrevista coletiva, o subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla, afirmara: “Temos um total, a nível nacional, de 15 falecidos, 11 deles na região metropolitana (…) associados a incêndios e saques, principalmente de centros comerciais”. Ainda, segundo Ubilla, três pessoas que morreram em incidentes fora da capital foram vítimas de tiros. Após declarar guerra contra o povo, o resultado de toda a política ditatorial do mandatário chileno foi, tão somente, a prisão de um militar pela morte de um manifestante de 25 anos, afirmou o promotor Julio Contardo ao jornal El Mercúrio. Outra demonstração da política de guerra de Piñera foi intensamente divulgada nas redes sociais, onde, na cidade de Talcahuano, um dos manifestantes foi atropelado por um caminhão da Marinha, nesta segunda-feira (21), revelou a promotora Ana María Aldana.
Todavia, em meio a declaração de guerra, a população manteve-se mobilizada e reafirmando as convocações para manifestações em Santiago, Valparaiso, Antofagasta, Concepción e outras cidades. A consistência das manifestações pode ser vista pelo fato do governo ter decretado, no sábado (19), estado de emergência por 15 dias, com o Exército saindo às ruas pela primeira vez desde a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
Embora os cães de guarda de Piñera tenham saído as ruas para manter a população acuada, na segunda-feira (21), os manifestantes ignoraram o decreto de emergência e confrontaram a polícia em Santiago. A polícia rapidamente reagiu e usou bombas de gás e jatos de água para destruir a marcha popular que caminhava pelas principais vias de Santiago. Embora a mídia capitalista tente, a todo custo, propagandear que os protestos tinham como fonte principal o anuncio de um aumento de 30 pesos na tarifa do metrô, equivalente a R$ 0,17. Sabe-se, no entanto, que a origem dos protestos tem raízes na implantação de toda a política neoliberal que foi estabelecida no Chile no decorrer dos últimos anos; sobretudo através de políticas agressivas onde idosos tem se matado devido ao – escatológico – regime de capitalização da previdência.
O lacaio do imperialismo estadunidense, Sebastián Piñera disse, no domingo (20), que o país está em guerra com um inimigo perigoso e incansável – uma clara tentativa de desmobilizar o povo e de reagrupamento dos setores mais reacionários para a defesa de sua política neoliberal. Após o discurso reacionário, Piñera voltara atrás e disse que encontraria com seus ministros e com a oposição para encontrar uma solução para os problemas que afetam os chilenos – o que demonstra um recuo do governo ante à mobilização do povo chileno.
“[Eu] me reunirei com presidentes de partidos, tanto do governo quanto da oposição, para poder explorar e, oxalá, avançar para um acordo social que permita a todos nos aproximarmos com rapidez, eficácia e também responsabilidade para melhores soluções aos problemas que afligem os chilenos e as oportunidades que merecem nossos compatriotas”, disse Piñera.
A situação chilena, nesse sentido, expressa o quadro geral de reação da direita à mobilização popular anti-neoliberal em todo o continente; com o uso das forças armadas para ditar os interesses dos grandes capitalistas contra os interesses do povo trabalhador. O programa da direita para a população é massacre e miséria, por isso a direita precisa ser derrotada pelos trabalhadores mobilizados.