Quem paga pela crise?

Crise: matérias primas da construção civil somem do mercado

Os preços dos produtos aumentam e a classe trabalhadora sente o peso.

A crise da pandemia de Covid-19 segue duramente. Junto à crise biológica, a crise econômica, que já se anunciava previamente à pandemia, aumenta constantemente os ataques à vida dos trabalhadores.

Depois da alta dos preços do arroz, do óleo de soja e do algodão, os insumos da construção civil começaram a “desaparecer”. O aumento da demanda interna pela matéria prima provocou um enorme desequilíbrio entre a oferta do produto e a demanda, o que gera uma situação inflacionária, algo recorrente às crises do capitalismo.

Contudo, o que se deve frisar é que, durante a crise, a burguesia joga todo o peso nas costas dos trabalhadores e trabalhadoras. Pensemos em um exemplo recente, que é muito claro:

Durante a semana, um fato provocou a atenção das mídias, inclusive as burguesas. Referimo-nos ao preço do arroz, que disparou. A causalidade desse aumento reside em que, com a alta no preço do dólar, a burguesia latifundiária nacional começou a exportar a maior parte do excedente do cereal, pois seria comercializado como commoditie, ou seja, em dólar. Isso provocou um desabastecimento interno e a alta no preço do cereal. Sendo assim, a classe trabalhadora, que já mal podia pagar uma cesta básica com a “esmola emergencial” do governo, terá que arcar com o fardo de não poder ter arroz em sua mesa.

Não é difícil entender, nesse caso, como o proletariado carrega o fardo do sufoco para que a burguesia parasitária mantenha seus lucros, sua acumulação.

Agora, mais mercadorias se somam ao arroz: os materiais da construção civil, tais como o cimento, o tijolo e o aço. Depois de móveis e eletrodomésticos, as vendas de materiais de construção foram as que registraram a maior alta, 22,7% em relação a agosto de 2019, segundo pesquisa de comércio do IBGE. Entre os meses de julho e agosto, a inflação da construção civil divulgada pelo Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil foi de 3,33% para 3,78%.

Com o aprofundamento da crise, a demanda interna pelos materiais se mantém ou aumenta, como acontece durante a pandemia, quando uma série de reformas e construções aconteceram, com esse setor industrial diminuindo a produção. Já se sente a falta dos insumos, tal como o atraso na entrega de obras já iniciadas e o adiamento das ainda não começadas. Para a indústria, as medidas para solucionar este desabastecimento podem passar pelo incentivo à importação, como a redução das tarifas, o que o governo fez no caso do arroz. Isso aprofundará o subdesenvolvimento, afinal, ao invés de estimular a produção interna, o país passa a comprar de fora por um preço mais alto.

A classe trabalhadora é quem sempre paga pela crise, no capitalismo. Além das demissões que possivelmente resultarão da diminuição da produção, os preços dos materiais continuarão a crescer, ao ponto de serem totalmente inacessíveis aos trabalhadores e trabalhadoras. O cimento já ficou 10,67% mais caro neste ano e tijolo, 16,86%.

É preciso mobilizar os operários da construção civil contra a política lucrativa da burguesia imperialista, que ao gerar suas crises periódicas, descarrega o peso na classe dos desapropriados. Os companheiros dos Correios iniciaram a resistência contra a precarização e a privatização. É preciso transformar a luta isolada em luta de classes; só assim poderemos ser vitoriosos com o socialismo.

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