Na quinta-feira (20), a Câmara dos Deputados deu mostras de seu alinhamento com Jair Bolsonaro e manteve o veto do fascista à concessão de reajustes salariais a servidores públicos. Embora o Senado tenha votado pela derrubada do veto, na quarta-feira (19), ambas as Casas do Congresso teriam que ter votado a favor da derrubada.
A votação, porém, serviu para dar destaque ao caráter reacionário da Câmara. Tirando as duas abstenções, com 316 votos pela manutenção do veto e 165 votos pela derrubada, ficou ainda mais evidente a impossibilidade de algum avanço efetivo por meio das instituições. Desta vez não houve choro, mas satisfação. Em plena votação, Rodrigo Maia foi à tribuna defender o veto e a derrubada definitiva da possibilidade de reajustes aos servidores.
“Não é possível que, com mais de 16 milhões de contratos suspensos de trabalho do setor privado, quase 2 milhões de desempregados [na pandemia], a gente não possa dar um sinal aos milhões de brasileiros de que o serviço público no mínimo não dará nenhum tipo de aumento até o próximo ano”, disse.
Não é preciso muito esforço para compreender a função desse governo. Os saqueadores do cofre público têm seus representantes. Para os bancos, tudo. Já para os servidores, nada. Nas palavras do ministro da Economia, Paulo Guedes, a decisão do Senado foi como “um crime contra o país”. Ora, o que esperar depois de R$1,2 trilhão entregue aos banqueiros e mais R$ 400 bilhões que o representante dos banqueiros pretende entregar?
De acordo com o fascista Jair Bolsonaro, seria “impossível” governar o País se a Câmara mantivesse a decisão do Senado. “Ontem (quarta-feira), o Senado derrubou um veto que vai dar prejuízo de R$ 120 bilhões para o Brasil. Eu não posso governar um país se esse veto for mantido na Câmara… É impossível governar o Brasil, impossível. É responsabilidade de todo mundo ajudar o Brasil a sair do buraco”, disse o golpista.
Falando em buraco, quando se trata de reduzir a fortuna dos bancos, o buraco é mais embaixo. Bolsonaro e seus asseclas são capazes de tudo para não mexer na fortuna dos banqueiros. Assim, para manter-se serviçal aos parasitas, os golpistas articulam a possibilidade de Estados e municípios usarem recursos do Fundeb para o pagamento de aposentadorias. O PSD, aliado de Bolsonaro, apresentou, no Senado, destaque para votação de emenda do senador Carlos Viana (PSD-MG), permitindo o pagamento de aposentadorias com o Fundeb.
É preciso destacar que a câmara vetou o projeto do senado sobre fim do congelamento de salários de servidores, ao passo que – unindo-se ao centrão – apoiaram o governo Bolsonaro, sendo, portanto, um dos principais articuladores dos ataques contra o povo. Ninguém menos que o “democrata” Rodrigo Maia, fiel representante do centrão atuando em sinergia com Jair Bolsonaro. Que fique registrado no histórico da esquerda frenteamplista essa política criminosa contra o povo. Não há espaço para dúvidas, a Frente Ampla é uma traição, um ataque contra a população.