HISTÓRIA DA PALESTINA

Suleiman al-Taji al-Faruqi, fundador do Partido Nacional Otomano

Agremiação foi uma das primeiras dedicados a resistir ao sionismo

Suleiman al-Taji al-Faruqi nasceu na cidade de Ramla, na Palestina, filho de Abd al-Majid al-Taji. Desde a infância, demonstrou grande interesse pelo conhecimento, mesmo após perder a visão aos nove anos. Orientado pelo xeique Yusuf al-Khairi, dedicou-se ao estudo do Alcorão e das ciências da língua árabe. Posteriormente, ingressou na Mesquita de Al-Azhar, no Cairo, onde se destacou pelo aprendizado rápido e pela inteligência, ganhando o reconhecimento do reformador islâmico Shaykh Muhammad Abdu.

Após concluir seus estudos no Cairo, Faruqi retornou à Palestina e, em seguida, viajou para Istambul, onde obteve seu diploma de direito em 1909, dominando também o turco, o francês e o inglês. Em Istambul, costumava frequentar a Mesquita de Santa Sofia, onde interpretava o Alcorão, antes de retornar à Palestina para exercer a advocacia.

Às vésperas da Primeira Guerra Mundial, Suleiman al-Taji al-Faruqi desempenhou um papel crucial na fundação do Partido Nacional Otomano, o primeiro partido político dedicado a resistir ao sionismo. A organização tinha como objetivo combater o movimento sionista por meio de recursos legais, utilizando a verdade como arma e cobrando do governo a proibição da imigração e da venda de terras. Nesse contexto, Faruqi começou a publicar editoriais no jornal diário Al-Mufid, de Beirute, alertando sobre o risco de a Palestina cair sob a influência sionista. Em 1913, publicou o poema “A Ameaça Sionista” no jornal Filastin, lembrando as autoridades turcas de sua obrigação de proteger a Palestina.

Durante a Primeira Guerra Mundial, opôs-se às políticas de confisco de produtos agrícolas para o abastecimento do exército turco, o que resultou em seu exílio para Konya, na Anatólia, por ordem de Jemal Pasha, governador militar da Grande Síria e do Hijaz.

De volta ao Egito, ingressou na Escola Francesa de Direito, onde obteve seu doutorado em 1919. Nos anos seguintes, envolveu-se ativamente na política palestina, representando Lida e Ramla no Terceiro Congresso Árabe Palestino, realizado em Haifa, em dezembro de 1920. Foi eleito membro do Comitê Executivo Árabe e participou do Quinto Congresso Árabe Palestino, em Nablus, em 1922.

Faruqi se destacou por sua oposição à liderança de Haj Amin al-Husseini, sendo um dos fundadores do Partido Nacional Árabe, em Jerusalém, em 1923, do qual foi eleito presidente. Apesar da oposição política, os princípios gerais defendidos pelo partido eram semelhantes aos da liderança nacional de al-Husseini.

Em 1925, como representante da oposição, Faruqi discursou para o Secretário Colonial britânico Leo Amery, que visitava Jerusalém. Dois anos depois, convocou as principais lideranças palestinas para a realização do Sétimo Congresso Árabe Palestino, que ocorreu em junho de 1928.

Em 1931, participou da Conferência da Nação Islâmica Palestina, realizada no Hotel King David, em Jerusalém, como uma resposta ao Congresso Pan-Islâmico convocado por Haj Amin al-Husseini. No ano seguinte, fundou o jornal Al-Jami‘a al-Islamiyya, em Jafa, com o objetivo de denunciar as ambições sionistas na Palestina e promover uma perspectiva islâmica e oriental. No entanto, as autoridades britânicas interromperam a publicação diversas vezes, até revogarem sua licença em 1938.

Com a Nakba de 1948, Suleiman al-Taji al-Faruqi deixou a Palestina e se estabeleceu na Jordânia. No mesmo ano, presidiu a Conferência de Amã e participou da Conferência de Jericó, onde a Cisjordânia foi anexada ao Reino Hachemita da Jordânia.

Reconhecido por seu talento poético e habilidade oratória, foi apelidado de “al-Ma‘arri palestino”. Sua trajetória política foi marcada pela oposição contínua ao sionismo e à política pró-sionista britânica, bem como pela resistência à liderança de Haj Amin al-Husseini. Faleceu em Jericó e foi sepultado no cemitério Bab al-Rahma, em Jerusalém.

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