A próxima conferência de diálogo nacional da Síria incluirá representantes de quase todas as comunidades sírias, com exceção de representantes da região autônoma controlada pelas milícias curdas apoiadas pelos EUA.
“Este será o primeiro verdadeiro encontro de sírios em 75 anos”, afirmou Huda al-Atassi, membro do comitê organizador da conferência, durante uma coletiva de imprensa na capital Damasco. A conferência abordará “questões sociais, políticas, econômicas e de governança, estabelecendo as bases para um futuro sólido baseado no consenso nacional, justiça, reforma e inclusão”, disse ela.
O novo governo da Síria surgiu de um golpe de Estado em dezembro de 2024 organizado pelo imperialismo que derrubou o governo nacionalista de Bashar al-Assad. O HTS, antiga Al-Qaeda na Síria, tomou o poder com sua liderança Ahmed al-Shara. As milícias curdas apoiadas pelos EUA na região nordeste se transformaram no foco de crise do país.
A data da conferência ainda não foi anunciada, segundo Hassan al-Daghim, membro da orientação política do Exército Nacional da Síria, grupo mercenário apoiado pela Turquia. Ele acrescentou que os participantes serão escolhidos com base em sua experiência, influência pública e representatividade, sem convites baseados em religião, vínculos institucionais ou afiliações partidárias. Além disso, figuras associadas ao antigo governo de Assad não serão incluídas.
A maioria das organizações armadas que operam sob a bandeira do HTS concordou em se desarmar e ser incorporada às forças de segurança do novo governo. No entanto, as Forças Democráticas Sírias (FDS), nome oficial das milícias curdas, e milícias drusas em Sueida, no sul do país, recusaram-se a aderir.
Desde a queda do governo de Assad, as FDS lutam contra o ENS, no norte da Síria, para manter o controle curdo da região. A liderança curda das FDS se recusa a perder o controle do território, rico em água e petróleo.