Na Análise Política da Semana realizada neste sábado (4), o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, iniciou sua fala questionando o silêncio da esquerda pequeno-burguesa que se tornou uma grande defensora da censura:
“A esquerda que defende a censura não apareceu ainda para explicar o que é que tá acontecendo no Brasil”, afirmou, criticando a hipocrisia de quem endossou a ideia de que “a liberdade de expressão não é absoluta” e agora se cala diante da perseguição ao PCO.
Pimenta destacou que o Partido sofre “inúmeros processos” por ter expressado opiniões. A maioria desses processos está ligada à defesa da Palestina, o que expõe uma contradição gritante. Ele explicou: “os sionistas provocam o genocídio… Só que quando você no Brasil defende a Palestina… você que é processado”.
A censura, portanto, não visa proteger a sociedade de “discursos de ódio”, mas sim calar a luta dos povos oprimidos. “É uma censura da luta revolucionária dos povos”, pontuou.
O ápice dessa escalada, de acordo com o apresentador, foi a tentativa de impedir um ato público em defesa da Palestina convocado pelo PCO para o dia 7 de outubro. Após a Academia Paulista de Letras ceder à pressão dos sionistas e romper o contrato de locação, o evento foi transferido para a APEOESP, onde continua enfrentando ameaças de processos judiciais. A análise destacou que o objetivo não é mais apenas censurar o que se fala, mas impedir o próprio direito de manifestação, que é garantido pela Constituição Federal.
A reportagem também abordou o papel do judiciário nesse cenário, ressaltando o caso da multa de R$16 mil imposta ao Partido em um processo movido pelo deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil), do MBL. Para o dirigente, esse é um claro exemplo do que acontece quando a censura é defendida. “Se o próprio Adolf Hitler aparecesse no Brasil agora e você falasse que ele é nazista, ele ia te processar e ele ia ganhar”, disse ele, ironizando a situação. A crítica se estendeu à esquerda que apoiou a censura, sem perceber que os juízes, em sua maioria, são de direita e usariam essa ferramenta contra a própria esquerda.
O debate sobre a censura se entrelaçou com a ascensão de políticas de extrema direita no país. A análise trouxe à tona a proposta do vice-governador de São Paulo de pedir a cassação do PCO por promover um ato público. Pimenta explicou que, se alguém deveria ser cassado, seriam aqueles que defendem o genocídio do povo palestino. A conclusão é que o Brasil está se tornando um “verdadeiro campo de concentração” onde a liberdade de opinião e os direitos políticos estão sendo pisoteados. A análise também mencionou projetos de lei, como o que busca transformar organizações criminosas em terroristas, e a aprovação de câmeras e áudio em salas de aula para “impedir a doutrinação de esquerda”.
A análise política não se restringiu ao cenário nacional, aprofundando-se na crise global gerada pela luta palestina. O presidente do PCO ressaltou o impacto da resistência na política mundial, lembrando que a “situação em Gaza subverteu toda a política mundial”. Segundo ele, a crise se instalou nos governos europeus e até mesmo na eleição norte-americana, onde o governo Biden entrou em crise devido ao apoio a “Israel”.
A crítica mais contundente, no entanto, foi direcionada à posição do governo Lula, que, na análise, “perdeu completamente o rumo”. Ele citou a declaração do chanceler Mauro Vieira de que o Brasil “aplaude o plano Trump”, uma proposta de desarmamento dos palestinos. “É uma proposta de extermínio dos palestinos”, afirmou. O analista também criticou a reação tímida do governo brasileiro ao sequestro de brasileiros, incluindo uma deputada federal, por “Israel”, considerando-a uma prova da falta de coragem e determinação. A análise acusou a grande imprensa de ser uma “usina de mentiras” ao propagar a notícia falsa de que o Hamas havia capitulado ao plano Trump.





