Na última terça-feira (25), o Knesset (parlamento israelense) aprovou o orçamento nacional de 2025 do Estado sionista de “Israel”. A votação que começou com debates na segunda-feira e que durou mais de 15 horas é o fim de um impasse que vinha se arrastando desde outubro de 2024, quando o governo havia aprovado o orçamento. Se o orçamento não fosse aprovado até o dia 31 de março, o parlamento deveria derrubar o governo de Benjamin Netaniahu.
A aprovação só aconteceu após o deputado Itamar Ben-Gvir, do partido da extrema direita Otzma Yehudit, voltar ao governo Netaniahu, garantindo a maioria para a aprovação. Mesmo assim, a votação foi de 66 parlamentares a favor e 52 votos contrários, o que indica a divisão política que existe no Knesset.
A maior fatia do orçamento ficou para o Ministério da Defesa, com o valor de NIS 110 bilhões, que vale aproximadamente a 172 bilhões de reais e que representa 14% do orçamento total da previsão do orçamento do Estado sionista. Bezalel Smotrich, ministro de Finanças do governo israelense, celebrou o orçamento e principalmente que o maior valor foi destinado para a continuidade do genocídio do povo palestino: “este é o orçamento da guerra e dos reservistas”.
Jair Lapid, líder da oposição no parlamento, criticou o orçamento aprovado por causa do aumento de impostos que afetará a classe média e que a medida se dá após o maior desastre da história do Estado de “Israel”, expressando a ala do sionismo que quer conter os danos causados na guerra contra o Hamas.
A aprovação do orçamento israelense se dá no momento que o Estado sionista rompeu com o cessar-fogo acordado em janeiro deste ano. Desde a retomada dos ataques em 18 de março, “Israel” assassinou 830 palestinos e deixou outros 1787 feridos. Desde 7 de outubro de 2023, já foram mais 50 mil palestinos mortos pelo sionismo. Em nota, o Movimento da Resistência Islâmica, o Hamas, declarou a retomada da ofensiva militar sionista é a prova de que Netaniahu cede a pressão de Ben-Gvir.
Nota completa do Hamas:
“O regresso à guerra foi uma decisão premeditada de Netaniahu para sabotar o acordo e render-se à chantagem de Ben-Gvir.
Netaniahu é totalmente responsável pelo fracasso do acordo. A comunidade internacional e os mediadores devem pressioná-lo a parar com a agressão e a regressar às negociações.
A Resistência está fazendo tudo o que está ao seu alcance para manter vivos os prisioneiros da ocupação, mas os bombardeamentos indiscriminados dos sionistas põem em perigo as suas vidas.
Netaniahu mente às famílias dos prisioneiros quando afirma que a ação militar pode trazê-los de volta vivos.
Sempre que a ocupação tentou recuperar os seus prisioneiros pela força, eles regressaram em caixões.
Movimento Resistência Islâmica – Hamas
26 de março de 2025”
O acordo de cessar-fogo que foi quebrado por “Israel” foi a comprovação da derrota do sionismo no campo de batalha, mesmo com o grande apoio do imperialismo e o seu aparato militar. A derrota aumentou a crise interna no país artificial, o que fica expresso pela forma que ocorreu a votação do orçamento e que só foi aprovado após Netaniahu trazer de volta para o seu governo Ben-Gvir, cedendo a pressão da extrema direita que estava ameaçando derrubá-lo de uma vez.





