Nos dias 25 e 26 de outubro, começa o mais novo curso da Universidade Marxista, a plataforma de cursos impulsionada pelo Partido da Causa Operária (PCO). De nome Bolchevismo e stalinismo, o curso será ministrado por João Jorge Pimenta, membro da Direção Nacional do PCO.
O stalinismo não é uma corrente de pensamento ou uma vertente do marxismo, mas um fenômeno político e social que se apossou das ideias vinculadas ao marxismo para deturpá-las em benefício de uma casta burocrática.
O ecletismo dos “marxistas universitários ou acadêmicos marxizantes” leva à ideia de que o stalinismo seria apenas uma das várias “correntes” do marxismo. Essa visão relativista considera que não existe “o marxismo”, mas “marxismos” com diferentes interpretações e de igual valor, chegando ao ponto de sugerir que nem o próprio Karl Marx seria um intérprete competente de suas ideias.
Mas o fato é que Marx via a si mesmo como um cientista, e sua obra, O Capital, era um livro científico, não um receituário moral sujeito a interpretações subjetivas.
Esse ecletismo não é apenas uma diversidade de interpretações, mas uma dissolução completa de qualquer pensamento coerente. As conclusões fundamentais do marxismo — como a luta de classes, a exploração e o caráter histórico do capitalismo — são anuladas por essas “interpretações”. Trata-se da consagração do revisionismo, que busca liquidar as bases fundamentais do marxismo e transformá-lo no seu oposto: de pensamento crítico e revolucionário em pensamento conservador.
O stalinismo não é, de forma alguma, uma corrente de pensamento. A burocracia stalinista nada tem a ver com o marxismo; é estranha a qualquer doutrina. O stalinismo é o completo oposto do bolchevismo, sendo grosseiro, ignorante e empírico de uma ponta à outra. A ideologia, no sentido marxista, é um produto histórico ligado às classes sociais e ao modo de produção. O stalinismo não teve ideologia porque não representava uma nova classe social com um modo de produção próprio. Foi um acidente histórico, não uma necessidade histórica — a dominação da burocracia sobre o Estado operário.
O stalinismo usou as ideias e a linguagem do marxismo para seus próprios fins. Seu “programa” consistia na permanente adaptação da política às necessidades da burocracia da União Soviética. As inúmeras e contraditórias políticas adotadas por José Stálin — o socialismo em um só país, a aliança com o nazismo e as frentes populares com e em defesa dos interesses da burguesia — demonstram a ausência total de coerência, sem qualquer preocupação com as brutais contradições e guinadas de sua política.
Essa ausência de um programa fixo é típica de correntes pequeno-burguesas, nas quais a burocracia é essencialmente parte dessa classe.
O stalinismo nada tem a ver com o marxismo. Ele se apoderou de uma imagem do marxismo para prostituí-lo completamente de acordo com seus propósitos de casta parasitária. O marxismo foi transformado em dogma religioso, e a Revolução Russa, em mito.
Para compreender a fundo a crítica dos trotskistas ao stalinismo, inscreva-se já no próximo curso da Universidade Marxista, Bolchevismo e stalinismo. Para isso, basta acessar agora mesmo unimarxista.org.br.





