Política internacional

Microsoft censura ‘Palestina’ e reforça apoio ao genocídio

Empresa bloqueia palavras como “Palestina”, “Gaza” e “genocídio” em e-mails internos, demite funcionários que protestam e consolida contratos bilionários com o exército israelense

A mais recente denúncia envolvendo a Microsoft expõe, de maneira escancarada, o papel das grandes empresas de tecnologia no apoio ao genocídio perpetrado pelo Estado de “Israel” contra o povo palestino em Gaza. Segundo revelações de funcionários e grupos da própria empresa, a Microsoft implementou filtros automáticos em seu sistema de e-mails internos, bloqueando mensagens que contenham palavras como “Palestina”, “Gaza” e “genocídio”. A medida, que foi percebida logo após protestos de trabalhadores durante a conferência Microsoft Build, em Seattle, gerou indignação e acusações de censura direcionada contra palestinos e seus aliados.

Funcionários relataram que, ao tentar enviar e-mails com esses termos, as mensagens simplesmente não eram entregues, sem qualquer notificação de bloqueio. Testes realizados pelos próprios colaboradores mostraram que palavras como “Israel” e até variações como “P4lestine” passavam normalmente, indicando um filtro específico para silenciar menções à causa palestina. Em fóruns internos, trabalhadores questionaram a suposta política de inclusão da empresa, apontando que a censura não era neutra, mas sim voltada a abafar denúncias e manifestações de solidariedade ao povo palestino.

A resposta oficial da Microsoft foi evasiva. Porta-vozes alegaram que a restrição de e-mails seria uma tentativa de limitar mensagens de teor político enviadas a grandes grupos, mas relatos internos contradizem essa versão, mostrando que até comunicações individuais e reclamações ao RH contendo os termos proibidos eram bloqueadas ou demoravam dias para serem entregues A prática configura uma clara tentativa de sufocar qualquer expressão em defesa não só da resistência, mas que minimamente exponha a cumplicidade da empresa com o martírio do povo palestino.

A censura ocorre em uma conjuntura de crescente mobilização de trabalhadores da Microsoft contra os contratos firmados entre a empresa e o exército nazissionista. Desde o início da nova ofensiva em Gaza, após as heroicas operações de outubro de 23, a gigante da tecnologia passou a buscar agressivamente acordos com o Ministério da Defesa de “Israel”, oferecendo descontos generosos e propostas personalizadas para fornecer infraestrutura de nuvem, inteligência artificial e outros serviços essenciais às operações militares. Documentos internos revelam que, em poucos meses, o exército israelense tornou-se um dos maiores clientes globais da Microsoft, consolidando a empresa como fornecedora estratégica durante o massacre em Gaza.

A colaboração não se limita ao fornecimento de tecnologia. A Microsoft admitiu, em comunicado recente, que ofereceu “assistência emergencial restrita” ao exército israelense, incluindo armazenamento em nuvem, suporte técnico e soluções de IA, sob condições especiais e com acompanhamento direto da liderança da empresa. Embora afirme que o objetivo seria apoiar operações de resgate de reféns, a própria empresa reconhece que rejeitou alguns pedidos e aprovou outros, sem transparência sobre os critérios adotados ou o real impacto dessas tecnologias sobre a população civil.

A repressão interna se intensificou à medida que funcionários passaram a protestar publicamente contra essa cumplicidade. Durante eventos corporativos, como a conferência Build, trabalhadores interromperam discursos de executivos para denunciar o papel da Microsoft no genocídio em Gaza.

Dois deles foram sumariamente demitidos após confrontar a direção da empresa em defesa dos direitos humanos e contra o uso de IA e infraestrutura de nuvem para fins militares israelenses. O grupo No Azure for Apartheid, formado por funcionários contrários à parceria com “Israel”, denuncia uma cultura de intimidação, retaliação e censura sistemática dentro da empresa, mas o caso da Microsoft não é isolado.

O setor de tecnologia, liderado por gigantes como Google, Amazon e Meta, tem desempenhado papel central no apoio logístico, tecnológico e informacional ao regime de ocupação. Essas empresas fornecem desde sistemas de vigilância até infraestrutura de processamento de dados, colaborando ativamente com políticas de apartheid e genocídio, enquanto reprimem qualquer dissidência interna ou denúncia pública dessa cumplicidade.

A censura de palavras como “Palestina” e “Gaza” nos sistemas internos da Microsoft é parte uma política global de silenciamento e repressão. Palestinos ao redor do mundo relatam que, ao tentar se comunicar com familiares em Gaza por meio de serviços da Microsoft, têm suas contas bloqueadas e suas vidas digitais destruídas, perdendo acesso a e-mails, contatos e documentos pessoais sem qualquer justificativa plausível. A empresa alega violação dos termos de serviço, mas se recusa a explicar os motivos concretos, deixando claro que a perseguição é política.

O apoio das chamadas big techs ao genocídio em Gaza revela a verdadeira face do imperialismo: um sistema que utiliza a tecnologia para perpetuar a dominação, suprimir a resistência e garantir os lucros das corporações à custa da vida de povos inteiros. A repressão aos trabalhadores que ousam se posicionar ao lado da justiça e da liberdade é parte integrante dessa engrenagem de moer vidas, mostrando que a luta contra o sionismo está intrinsecamente ligada à luta anti-imperialista e contra as burguesias que o sustentam.

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