Eleições europeias

Eleições em Portugal termina com centro mantendo vitória apertada

Formação do próximo governo e suas políticas determinarão se Portugal conseguirá enfrentar suas crises internas e externas, em um momento de descontentamento popular crescente

As eleições legislativas em Portugal, realizadas no último dia 18, apontam para uma vitória apertada da Aliança Democrática (AD), de centro-direita, segundo pesquisas de boca de urna do Instituto Marktest, que estimam entre 29% e 32% dos votos para a coligação liderada por Luís Montenegro. O Partido Socialista (PS) aparece em segundo, com 26% a 29%, seguido pelo Chega, de extrema direita, com 20% a 24%. A participação eleitoral foi de 59,4%, um aumento de 1,2 ponto percentual em relação a 2022. Nenhum partido obteve maioria absoluta, e a formação de um governo estável segue incerta.
A campanha foi marcada pela renúncia de António Costa em 2023, após acusações de corrupção, que enfraqueceram o PS e aprofundaram a instabilidade política. O governo minoritário de Montenegro, formado após as eleições de 2024, caiu em menos de um ano ao perder um voto de confiança no Parlamento.
O Chega, liderado por André Ventura, consolidou-se como terceira força, crescendo de 7,2% em 2022 para os atuais patamares. Outros partidos, como a Iniciativa Liberal (6%) e o Bloco de Esquerda (5%), também ganharam espaço, enquanto a esquerda radical, como o PCP, manteve cerca de 4% dos votos.
O país enfrenta desafios estruturais, incluindo uma crise habitacional, aumento do custo de vida e envelhecimento populacional. Uma das economia mais frágeis da União Europeia, Portugal lida com uma dívida pública de 108% do PIB, segundo dados de 2024 do Eurostat.
A guerra na Ucrânia e sanções à Rússia elevaram os preços de energia e alimentos, intensificando as pressões sociais. A AD promete reformas fiscais e incentivos ao investimento, enquanto o PS defende políticas de proteção social. O Chega capitaliza o descontentamento com propostas anti-imigração e críticas à UE.
Negociações pós-eleitorais serão cruciais. Montenegro descarta alianças com o Chega, mas a ausência de maioria pode forçar acordos com partidos menores, como a Iniciativa Liberal. O PS, dividido após a saída de Costa, busca apoio na esquerda, mas enfrenta dificuldades para unificar aliados. O Chega, por sua vez, pressiona por influência, exigindo políticas mais duras contra a imigração.
Esse intricado cenário político português reflete uma crise mais ampla na Europa. A ascensão do Chega, semelhante à da Frente Nacional na França e do AfD na Alemanha, expressa o crescimento de forças de extrema direita em meio à insatisfação popular com a decadência generalizada do imperialismo.
A alternância histórica entre PS e PSD, que garantiu estabilidade por décadas, parece incapaz de responder aos problemas da etapa atual. Essa incapacidade dos partidos tradicionais de formar maiorias estáveis sugere um sistema político fragilizado, vulnerável à polarização.
A formação do próximo governo e suas políticas determinarão se Portugal conseguirá enfrentar suas crises internas e externas, em um momento de descontentamento popular crescente. É essencial acompanhar os desdobramentos dessas negociações e seus impactos no país.

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