Editorial

Dom Moraes I

Mais uma vez, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) passou por cima dos outros Poderes

Pondo em prática mais uma ideia tirada de sua própria cabeça, Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu todos os decretos da Presidência da República e do Congresso Nacional relativos ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

“Concedo a medida cautelar, ad referendum do plenário desta suprema Corte, para suspender os efeitos dos decretos presidenciais 12.466/2025, 12.467/2025 e 12.499/2025, assim como do Decreto Legislativo 176/2025”, escreve Moraes em sua decisão desta sexta-feira (4).

O ministro ainda determinou a realização de uma audiência de conciliação entre o governo federal e o Congresso sobre o tema, a ocorrer em 15 de julho na sala de audiências do Supremo, em Brasília.

“Comunique-se ao presidente da República e ao presidente do Congresso Nacional, para ciência e cumprimento imediato desta decisão, solicitando-lhes informações, no prazo de cinco dias.”

Com essa decisão, Moraes consagra algo que já vem ensaiando há anos e estabelece um quarto Poder da República — o STF ainda é do Judiciário, é Moraes que, ele próprio, está acima dos demais. O ministro traz das cinzas o Poder Moderador, acaba com a autoridade do Executivo e do Legislativo e se autoproclama imperador do Brasil.

Fingindo que está protegido pela lei, Alexandre de Moraes ainda tenta justificar sua decisão ditatorial distorcendo completamente o que diz a Constituição Federal:

“Esse indesejável embate entre as medidas do Executivo e Legislativo, com sucessivas e reiteradas declarações antagônicas, contraria fortemente o artigo 2º da Constituição Federal que, mais do que determinar a independência dos poderes, exige a harmonia entre eles [grifo nosso], como princípio básico e inafastável de nosso Estado Democrático de Direito em busca do bem comum para toda a sociedade brasileira.”

O problema é que a Carta Magna brasileira diz, em seu artigo 2º, que “são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”, e não “independente e, acima de tudo, mais importante, especialmente harmônicos entre si”.

Tão grave quanto é o fato de que o governo Lula — e a esquerda, no geral — não só aplaude esse tipo de escárnio jurídico, como também implora para que o STF destrua o que restou dos direitos democráticos da população em nome de cálculos políticos mesquinhos que, no final, não trarão nenhuma vantagem ao povo.

É o vale-tudo de Moraes. Ordem após ordem, o ministro concentrou poder o suficiente em si para conseguir, sem grandes alardes, tomar medidas completamente ditatoriais como esta. Não importa o que diz a Constituição, não importa o que os representantes eleitos do povo decidem. O que importa é o que está na cabeça — e nos bolsos — de Alexandre.

Às margens do Lago Paranoá, Moraes proclama: ditadura ou morte!

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