Política internacional

Diante da crise do imperialismo, BRICS se fortalece

Considerando apenas os anos de 2022 a 2024, a soma agregada da média do PIB do BRICS foi de 12,72%, contra 3,84% para o mesmo período do G7.

Ano após ano, os países fundadores do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – têm alcançado, em média, um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) muito superior ao dos países das principais economias capitalistas do mundo, o G7.

Considerando apenas os anos de 2022 a 2024, a soma agregada da média do PIB do BRICS foi de 12,72%, contra 3,84% para o mesmo período do G7.

A diferença é ainda mais significativa quando se leva em conta os países europeus do G7. Em 2024, o PIB médio do BRICS foi de 3,8%; do G7 foi de 1,7% e da Alemanha, França, Itália e Reino Unido na média foi de 0,65%, o que significa apenas 17% do crescimento do PIB do BRICS. Um caso ainda mais grave é o da Alemanha, que teve crescimento negativo de 0,2%. Juntamente com a Argentina de Milei, são os dois grandes países que passaram por recessão em 2024.

Crise do imperialismo

O baixíssimo crescimento da riqueza dos países imperialistas está intimamente ligado à política econômica conhecida como neoliberalismo, aplicada nas próprias metrópoles e nos países atrasados.

Resumidamente, o neoliberalismo é um modelo econômico que se sustenta não no crescimento da produção, mas no crescimento especulativo do capital financeiro.

Políticas econômicas muito conhecidas no Brasil, como “déficit zero”, “aumento da taxa de juros para combater a inflação”, “responsabilidade fiscal”, entre muitas outras, nada mais são do que a retirada de recursos da produção para fazer crescer a dívida pública a fim de garantir gigantescos recursos para os grandes conglomerados econômicos.

O Brasil e o BRICS

Dentre todos os países que compõem o BRICS, o Brasil é de longe o que ostenta as maiores riquezas. No entanto, seu crescimento está abaixo se comparado à China, à Rússia e à Índia.

Essa condição é resultado do controle do País pelo imperialismo. Entre muitos exemplos que poderiam ser fornecidos, temos o controle de quase 50% do orçamento do País pelos banqueiros e a incapacidade do governo Lula em enfrentar os grandes interesses internacionais, como ocorre no momento com o petróleo da Margem Equatorial.

Enfrentar os interesses dos parasitas internacionais que ganham com o atraso do Brasil é o caminho para transformar o BRICS numa efetiva força política e econômica contra o imperialismo.

Brasil vai comandar o BRICS por mais 5 anos!

No ano de 2014, o BRICS, bloco econômico formado pelo Brasil, Rússia, Índia e África do Sul, criou o Novo Banco de Desenvolvimento. Com sede em Xangai, na China e também conhecido como “Banco do BRICS”, tem como principal finalidade o financiamento de projetos de desenvolvimento e de infraestrutura.

Na criação, foi definido que a entidade seria dirigida por representante dos países membros do bloco, com rotatividade e mandato de 5 anos. Em 2020, foi a vez do Brasil comandar, sendo o representante indicado ainda durante o governo de Jair Bolsonaro. Com a posse do novo governo, em março de 2023, o presidente Lula indicou a ex-presidente Dilma Rousseff para ocupar o cargo até o final do mandato, neste ano.

Pelo critério da rotatividade, agora seria a vez da Rússia indicar seu representante. No entanto, o presidente Vladimir Putin deu seu aval para a reeleição de Dilma Rousseff para o próximo mandato de cinco anos.

Neste ano de 2025, o Brasil também assumiu a presidência rotativa do BRICS.

Esses dois fatos demonstram a importância da articulação que está em curso entre os principais países de desenvolvimento atrasado, ou seja, entre o “primeiro time” das nações oprimidas, para criar alternativas diante da crescente ofensiva realizada pelos países imperialistas, que, diante da enorme crise do capitalismo, procuram cada vez mais impor à força os seus interesses, seja por meio do bloqueio econômico (Cuba, Venezuela, Rússia etc); por meio de golpes de Estado; como no Brasil e em muitos outros países e até mesmo de genocídios, como nos casos de Palestina, Líbano e Síria.

O Brasil deve fortalecer cada vez mais essa articulação com os países oprimidos e romper com a política de submissão ao imperialismo, que impede e cria enormes obstáculos ao desenvolvimento do País.

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